A mulher esteja em silêncio na Igreja! Como assim?

Bem, meus 30 leitores (a audiência vem crescendo…, hehehe) vamos a mais um texto polêmico. Antes o background do assunto.

A lição da EBD desta semana trata do silêncio das mulheres nas Igrejas pastoreadas por Timóteo. As passagens em destaque são I Timóteo 2:11,12. Trago em grego, o conteúdo das mesmas:

Silêncio da Mulher 1

Lê-se: gynê en hêssuchiz manthanétô en passê hypotagê

A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição.

Silêncio da Mulher 2

Lê-se: didaskein dé gynaiki uk epitrépô, udé authentein andrós, alá éinai en êssuchia

Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio.

O comentarista, nobre Pr. Elinaldo Renovato, diz o seguinte sobre o texto:

O silêncio no culto. “A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição” (1 Tm 2.11). Paulo também faz uma recomendação semelhante a esta em 1 Coríntios 14.34,35. Qual seria o motivo de tal restrição? Segundo o Comentário Bíblico Beacon, “na igreja coríntia havia muitas mulheres recém convertidas do paganismo, e que a nova liberdade que desfrutavam em Cristo levava a certas extravagâncias que eram impróprias”. É importante ressaltar que em outro texto de Coríntios, Paulo mostra que as mulheres podiam profetizar nas igrejas: “Toda mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta […] (1 Co 11.5).

Antes de analisar a colocação, quero inserir o texto de I Coríntios 14:34,35:

Silêncio da Mulher 3

Lê-se: rai gynaikés en taís eklêssíais sigatôssan, u gar epitrépétai autais lalein. alá hypotassésthôssan, kathôs kaí ró nómós légéi

As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei.

Silêncio da Mulher 4

Lê-se: eí dé mathéin thelussin, en oikô tus idius andras epérôtatôssan, aischron gar estin gynaikí lalein en eklessía

E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é vergonhoso que as mulheres falem na igreja.

São passagens que se tornam, de forma natural, o centro da questão do papel da mulher na Igreja. Primeiro, temos dois tipos de mulher: a judia e a grega. A mulher judia era submissa. Não lhe era permitido se dirigir ao marido em público, nem cultuar junto ao homem no templo. Era desonra estar nele com a cabeça descoberta (I Coríntios 11:10). As conversas familiares se restringiam entre elas mesmas. Em particular, poderia esclarecer suas dúvidas com seu marido.

Em segundo lugar, temos a mulher grega. Emancipada, cosmopolita e democrática. Não levava recado pra casa. Há duas histórias que ilustram a diferença. Uma a da mulher siro-fenícia, que instada por Jesus, não se deu por vencida (Marcos 7:26) e a mulher do fluxo de sangue, que não se dirigiu a Jesus, mas o tocou furtivamente (Lucas 8:43).

Ambas foram levadas a conviver na nascente Igreja cristã. Podemos imaginar o choque cultural, embora nas duas igrejas às quais Paulo dirige a recomendação já se experimentava outros percalços desta natureza, em virtude de se encontrarem no mundo fora da Palestina. Penso, porém, que Beacon, seguido pelo Pr. Elinaldo, tenha inferido falaciosamente boa parte do seu argumento. Não creio que seja verdade a influência extravagante. É muito simples compreender isso: Se as mulheres eram extravagantes no paganismo, por que os homens não o seriam? Sabemos, por exemplo, do que seres do sexo masculino são capazes após o terceiro copo de álcool: são sempre bonitos, ricos e desejados… Então, não se sustenta. Creio que Paulo expressava sua visão pessoal, influenciada pelo rabinismo no qual foi instruído desde cedo. Os rabinos oravam pela manhã: “Graças te dou, ó Deus, porque não me fizeste gentio, escravo ou mulher” e diziam que “Era perda de tempo ensinar a Lei a uma mulher“. Mas gostaria de ampliar um pouco o assunto combatendo alguns outros argumentos falaciosos.

Um dos recorrentes é que as mulheres seriam mais vulneráveis ao pecado porque a queda começou em Eva. Parte do argumento é verdadeiro. Eva foi primeiramente tentada pela serpente. Porém, por que Adão, sendo forte segundo o argumento, não resistiu à oferta de Eva. Usando seu livre arbítrio ele decidiu o que fazer e escolheu a pior opção. Ambos caíram! Esse tipo de argumento ainda é utilizado hoje por irmãos carnais e concupiscentes para impingir à mulher a tentação sexual, por exemplo. Já conversei com rapazes apanhados em adultério que disseram algo semelhante a: “Pastor, a menina me ligou dizendo que os pais haviam saído. Quando chego na casa dela, saiu do banho com um babydoll transparente. Não teve jeito pastor, acho até que foi Deus quem permitiu…”. É a velha desculpa da transferência de culpa de Gênesis: foi a mulher, foi a serpente…

O filho desse é o argumento de que Paulo estava prevenindo tal fraqueza porque a mulher seria mais suscetível às heresias. Ora, desde a Igreja Primitiva até nossos dias, os homens inventaram dez vezes mais heresias que as mulheres! Não se passaram nem 200 anos e já despontavam diversas interpretações fraudulentas dos ensinamentos de Jesus e da Igreja. Vejamos, por exemplo, a quantidade de escritos apócrifos, a maioria esmagadora escrita por… homens! Então é uma falácia deslavada. Outro exemplo sintomático é que a Bíblia nunca fale de lésbicas, mas várias vezes de homossexuais masculinos! Não que não houvesse, mas a proporção de pecado nesta área era e é muito maior por parte dos homens, ainda que hajam mais mulheres entre nós.

Alguns dos que defendem os argumentos acima se amparam em I Coríntios 11. Porém, esquecem o que diz o versículo 12: “Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem de Deus”! Essa interdependência passa despercebida a muitos de nós. As pessoas esquecem, por outro lado, que Paulo espelhava sua cosmovisão. Não é preciso muito exercício para compreender isto. O que dizer, por exemplo, das cinco vezes que recomenda o ósculo entre os irmãos (Romanos 16:16; I Coríntios 16:20; II Coríntios 13:12; I Tessalonicenses 5:26; I Pedro 5:14)? Era sua cultura falando, ainda que eivada de espiritualidade e inspiração ou não? Vamos cumprir tal ósculo entre nós? No mesmo capítulo 11 de I Coríntios ele recomenda que as mulheres usem véu. A não ser pela Congregação Cristã (nem sei se é verdade), desconheço outra igreja que cumpra! É o que chamo desde sempre aqui de Ortodoxia Seletiva, quando interessa cumprimos, quando não… O que dizer, por fim, de: Não permito, porém, que a mulher ensine… Entenderíamos como em I Coríntios 7:12?

Outro argumento é o da lei em Corinto. Alguns expositores afirmam que havia uma lei que proibia a mulher falar em público. Então, Paulo recomenda que as mulheres estejam caladas para não haver problemas. Leiamos o adventista Jack Blanco: “Como em nossas sinagogas, as mulheres que freqüentam a igreja não deveriam falar em voz alta e comportar-se de maneira repreensível, como fazem nos templos pagãos, mas permanecer em silêncio e prestar atenção, como a lei ordena, de modo a não ofender os crentes judeus. Se vossas mulheres não conseguem entender o que está sendo ensinado, não deveriam interromper o pregador, mas esperar até chegarem em casa e perguntarem a seus maridos. Embora as mulheres pagãs falem em voz alta e interrompam os outros nos lugares de culto, é desonroso a uma mulher cristã comportar-se dessa maneira”.

Eu aprendi que um texto tirado do contexto vira pretexto. Então, como explicar o finalzinho do versículo (grifo meu): “As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é vergonhoso que as mulheres falem na igreja”? E como harmonizar com o que Paulo escreve a Timóteo? Ainda que houvesse tal lei, como explicar que os crentes não servissem ao exército romano por não compactuar, entre outras coisas, com a lealdade a César? E não podemos esquecer que não existiam templos em prédios como os conhecemos, mas igrejas mantidas em casas de convertidos!

A partir de falácias como essas se cristalizou a repugnância de algumas igrejas à liderança feminina. O Círculo de Oração que temos é fruto da interpretação de que mulheres não deveriam liderar a oração, senão entre elas. Daí a predominância feminina neste trabalho! Convenientemente, esquecemos que na Igreja Primitiva quem orava eram os apóstolos (Atos 6:4)!

O mais incrível sobre o silêncio das mulheres na Igreja é quando se aceita prazerosamente sua ajuda com crianças e adolescentes. Nós, os homens, transferimos a responsabilidade, porque não queremos cuidar desta faixa etária. Nos tempos bíblicos era o rabino quem ensinava às crianças! O site GotQuestions faz a seguinte colocação: As mulheres podem ser professoras talentosas, mas não têm a permissão de Deus para “falar” de tal forma em suas igrejas. Na verdade, fazer isso é “indecoroso”, ou seja, “uma desgraça” (v. 35). Como assim, podem ser professoras talentosas? Ou seja, se reconhece o talento, mas por diletantismo não se deixar atuar? Como tal talento foi descoberto?

Pior, temos palestrantes do sexo feminino que ensinam em nossas reuniões. Outras pregam, muitas cantam. No Novo Testamento não há menção a tal permissão. Fomos dando nosso jeito.

O meu amigo Juber Donizete, do blog Cristianismo Radical, analisou o assunto. Em linhas gerais utilizou a fonte e o argumento de Blanco, mas adicionou a temporalidade da ordenança paulina. Leiam e reflitam.

Sobre o autor | Website

Meu nome é Daladier Lima dos Santos, nasci em 27/04/1970. Sou pastor assembleiano da AD Seara/PE. Profissionalmente, trabalho com Tecnologia da Informação, desde 1991. Sou casado com Eúde e tenho duas filhas, Ellen e Nicolly.

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12 Comentários

  1. Daladier,

    O presente artigo me fez pensar sobre a decisão de Paulo em orientar Timóteo a circuncidar-se. Algo decidido pela pressão da circunstância, que deve ser a mesma linha de raciocínio, embora em assunto diferente. As duas questões não têm o peso de mandamento.

    Abraço.

  2. Daladier Lima disse:

    Bem lembrado.

  3. Alcides Almeida disse:

    Excelente explicação!

  4. Josely disse:

    Fico grata pela explicação dada,sendo professora de uma classe da EBD e de mulheres;muito me ajudou tal comentário. Paz!

  5. Gastone Alves disse:

    Parabéns meu pastor, fiquei de dar minha contribuição, mas foi bem colocada o que iria comentar. O judaísmo em Paulo x a cultura grega das novas convertidas.

  6. Eduardo Juvenal disse:

    Muito esclarecedor seu artigo. A explicação da influência extravagante ficou um pouco vaga.

  7. Leandro Bezerra disse:

    Parabéns pelo comentário, provocativo e desafiador. Porém, vejamos:

    Em primeiro lugar, temos dois textos paulinos problemáticos levantados pelo caro irmão Pr. Daladier, a saber: (I Coríntios 14:34,35) e (I Timóteo 2:11,12).
    Creio que seja importante salientar de início qual o método hermenêutico pretendido, isso evitará certas contradições de uso de certos princípios com ambiguidade. Parece-me ser mais adequado para o texto bíblico o método [histórico-gramatical], que, além de preservar a literalidade e integridade do texto, levando em consideração todas as suas nuances literárias e contextuais, como também socioculturais, também é defendido pela maioria dos teólogos evangélicos conservadores. Esse é um ponto importante.
    Segundo, não se pode fazer hermenêutica conservadora, sobretudo hermenêutica cristã conservadora, se não forem levados em consideração os muitos axiomas inerentes à teologia cristã, dado o conjunto de dogmas e princípios cristãos de fé. Assim, como observou Roger Olson,
    “um neofundamentalista vai simplesmente dizer “eu vou onde a minha exegese bíblica objetiva me levar”, significando “Eu vou acreditar no que o meu objetivo, indutivo de exegese bíblica revelar sobre Deus.”
    Assim, essa espécie de otimismo hermenêutico parece não ser possível de ser concretizado, por várias razões, uma delas é que não existe uma interpretação nem puramente indutiva, nem puramente de pressupostos, sobretudo se estivermos dentro de uma visão cristã evangélica conservadora. A esse respeito, se interpõe mais uma vez o velho dilema de conciliar a abordagem bíblico-exegética, que, quando radicalizada, faz da Bíblia uma espécie de catecismo fundamentalista, com a abordagem da teológico-dogmática, ou dedutiva, que, quando radicalizada, transforma a doutrina num amaranhado de infindáveis especulações filosóficas e escolásticas e transforma a Bíblia em um manual de textos comprobatórios. Não devemos nos desviar nem para a direita, nem para a esquerda.

    Mas, porque digo isso?
    Porque a interpretação dos textos paulinos, sobretudo textos problemáticos como (I Coríntios 14:34,35) e (I Timóteo 2:11,12), não podem ser pura e simplesmente baseados em, coisas do tipo, (“a literalidade do texto diz e pronto”), nem pode ser (“isso não é razoável numa visão atual, logo deve ser assim…”). Muita calma! Vejamos aonde eu quero chegar.

    O irmão Pr. Daladier, interpretando Paulo, já pressupõe o seguinte:

    1. “Creio que Paulo expressava sua visão pessoal, influenciada pelo rabinismo no qual foi instruído desde cedo”
    2. “Paulo espelhava sua cosmovisão”

    Essas duas premissas podem ser reduzidas a uma simples proposição:
    – Segundo o pastor Daladier, [O Apóstolo Paulo em algumas passagens, como (I Coríntios 14:34,35) e (I Timóteo 2:11,12), expressa [apenas] sua opinião pessoal].

    Agora, qual é a conclusão que é tirada desse pressuposto? Bem, não fica muito claro, mas me parece que a conclusão é que esses textos, além de não serem normativos em nenhum aspecto para nós hoje, refletem uma visão preconceituosa e desvirtuosa do Apóstolo Paulo. O irmão Daladier chega a afirmar que as igrejas atuais que selecionam partes de textos paulinos, como esses e outros, e os tornam normativos, transferindo a mesma expressão cultural daquele tempo para a igreja de hoje, caem no que ele chamou de “Ortodoxia Seletiva”.

    Todavia, o irmão Pr. Daladier, fazendo assim, não faz exegese dos textos, também não é claro acerca de qual é sua hermenêutica, apenas aplica o seu pressuposto ao texto e pronto. Não há uma tentativa de avaliar os textos dentro do Corpus Paulino, nem dentro das circunstancialidades possíveis, nem considera o método de argumentação apostólica usada por Paulo, nem ao menos reflete quais as implicações do seu pressuposto diante do “prolegomena” da teologia cristã.

    Mais um pouco de hermenêutica…

    Walter C. Kaiser nos dá alguma luz aqui. Um adequado procedimento hermenêutico nos manda reter o pensamento teológico [i.e., o princípio afirmado ou implícito no contexto] e [ou] a expressão cultural? Essa é uma profunda pergunta de hermenêutica conservadora. Ele aponta algumas regras, [infelizmente o irmão Daladier só se lembrou da regra geral texto-contexto]:

    a) A razão do mandamento, do costume ou da prática histórica de aspecto cultural deve ser buscada primeiramente no contexto. Se a razão para uma prática ou costume em debate estiver calcada na natureza imutável de Deus, segue-se que essa prática é de importância permanente para todos os crentes de todas as épocas.

    b) A forma cultural de uma ordem pode ser modificada mesmo que o princípio dessa forma permaneça inalterado para os leitores futuros.

    c) No caso de práticas tidas como parte integrante da cultura pagã e que, além disso, contrariam a natureza moral de Deus, sendo portanto proibidas pelo AT ou pelo NT, são também proibidas em nossa cultura.

    d) Uma prática ou uma ordem cultural é permanente quando se baseia na natureza de Deus ou nas ordenações da criação.

    e) Por vezes, as circunstâncias podem modificar a aplicação daquelas leis divinas que não repousam na natureza de Deus, e sim em sua vontade em relações a homens ou mulheres em contextos especiais.

    Uma questão teológica fundamental

    A teologia evangélica conservadora tem ensinado que, segundo a doutrina da inspiração, temos a garantia que toda a verdade que a Bíblia [ensina], implica, ou sugere (espiritual e factualmente) tenha sua origem em Deus.
    OBS: Isso não significa que os autores humanos não deixaram suas próprias “marcas estilísticas, literárias ou ainda intenções” no texto. Todavia, Geisler faz a seguinte observação:

    a) Nem todas as citações das escrituras devam ter a mesma aplicação que a do contexto original, em vez de terém a mesma interpretação (significado).

    b) Nem tudo o que um autor acreditava (em contraste com o que ele, na verdade, afirmou nas Escrituras) seja verdadeiro.

    Mas, o que pensaram os autores do Novo Testamento sobre os escritos de sua autoria, sobretudo o Apostolo Paulo? Eles acreditaram na inspiração, ou essa é uma ideia criada pela cristandade? Claro que responder minuciosamente essa questão é impossível aqui, recomendo, [mesmo sabendo que já deve conhecer), a leitura de (A inerrância da Bíblia; Org. de Norman Geisler, pp. 69-71), aqui Adwin A. Blum cita algumas passagens bíblicas chaves.

    Mas, finalmente, vamos aos textos!

    Problema: Será que a proposição [O Apóstolo Paulo em algumas passagens, como (I Coríntios 14:34,35) e (I Timóteo 2:11,12), expressa [apenas] sua opinião pessoal] é Razoável? Defenderei que não.

    1º texto – I Coríntios 14. 34, 35

    Em primeiro lugar, o irmão Pr. Daladier parece está mais incomodado com a última parte do versículo 35, que diz “[…] porque é vergonhoso que as mulheres falem na igreja”. Acredito que, mais do que simplesmente levarmos em conta a regra geral do [texto-contexto], devemos levar em conta, no mínimo, todas as nuances que até aqui foram apresentadas, pelo simples fato de estarmos tratando de um texto problemático.

    Primeiro, o capítulo está tratando de um grave problema na igreja [de Corinto], o mau uso dos dons, sobretudo o de profetizar. Logo de cara vemos que Paulo está tratando de um problema restrito a igreja de Corinto, mas não apenas aplicável a eles, por duas razões básicas: Primeira, cremos na atualidade dos dons. Segundo, devemos tomar os ensinos de Paulo como atuais, normativos e doutrinais para nós. Disso, com certeza, não há divergências entre legítimos pentecostais. O bom exegeta saberá distinguir, baseado em bons princípios hermenêuticos, o que foi apenas circunstancial e o que é atual, isto é, o ensino paulino atemporalmente aplicável.

    A perícope [34-35] é, conforme alguns estudiosos (p. ex. Anthony Palma), uma interrupção no fluxo da discussão, que pode está relacionada ao versículo 33. A questão, não com certeza, pode não estar relacionada simplesmente ao papel das mulheres no uso dos dons carismáticos.

    Segundo, existe algo que deve chamar nossa atenção no texto – a que lei Paulo se refere no versículo 34? Ora, estou plenamente em concordância com o irmão Pr. Daladier que o argumento da “lei em Corinto” é fraco. É muito provável que Paulo esteja se referindo a lei mosaica, no sentido de Pentateuco, sobretudo aquelas passagens de Gênesis que falam de submissão (Gn 1. 26-28; 2. 21-23; 3.16), sobretudo o ultimo texto, que diz “ele te governará”, a não ser que o irmão Pr. Daladier também ache que isso foi opinião particular de Moisés, a pena é que o texto afirma que o PRÓPRIO Deus foi quem falou. O texto paulino diz curiosamente que “estejam sujeitas, como também ordena a lei”. A sujeição da mulher ao homem, como bem apontou o irmão Daladier, não é coisa de uma “cosmopolita” grega, mas sim de uma tradição judaica que se inicia com as passagens que aqui citei.

    Quando Paulo diz que “As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar” essa expressão pode ter razão de ser em algum problema de não sujeição que o texto não relata explicitamente, mas implicitamente. Provavelmente, estava havendo algum problema específico em Corinto que obrigou o Apóstolo Paulo a tomar tamanha atitude.

    O irmão Pr. Daladier pode chamar a minha atenção para a parte que diz “porque é vergonhoso que as mulheres falem na igreja”. Mas, falar na igreja seria um problema local? Vejamos:

    Em linhas gerais, não. Porém, se lermos o versículo [todo] ficará mais fácil entendermos que se trata [também] de um problema circunstancial. O versículo 35 diz “E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos”. É possível SIM que estivesse havendo certos constrangimentos relativos a certas intromissões das mulheres na igreja de Corinto durante o culto, não por serem mais curiosas que os homens, ou por falarem mais, [isso seria machismo mesmo], existem homens que falam muito também, mas poderia está havendo, com certa frequência, esses incômodos, levando Paulo a generalizar. Porém, como vimos, a forma cultural de uma ordem pode ser modificada mesmo que o princípio dessa forma permaneça inalterado para os leitores futuros. A grande preocupação de Paulo aqui é com a manutenção das ordenações da criação, isto é, homem como cabeça da mulher. Essa explicação não é perfeita, mais evita os problemas que mais adiante irei mostrar. Simon J. Kistemaker afirma:

    “Na privacidade do lar, a esposa pode aprender com o marido. Mas no culto, uma mulher que questiona seu marido sobre verdades espirituais corre o risco de desonrá-lo na presença do restante da congregação. Na verdade, o caso é que nenhum pastor deseja ser criticado publicamente por sua esposa num culto; se ela faz isso, ela debilita seu ministério e é uma vergonha para ele. Paulo quer que as mulheres honrem e respeitem o marido em harmonia com as Escrituras.”

    Algumas questões que DEVEM ser levadas a sério

    1º Paulo não parece que está dando “uma mera opinião impregnada de preconceitos rabínicos”, ele está falando de dentro de uma seção de ensino e usa o seu argumento evocando a lei e o princípio da submissão.

    2º Segundo Kistemaker, se o texto estivesse se referindo a uma proibição total sobre falar nas reuniões, então “Essa ordem iria contradizer sua declaração anterior (11.5), em que ele fala sobre as mulheres orarem e profetizarem no culto. Além disso, nós presumimos que com os homens, as mulheres também cantavam salmos e hinos na igreja (14.26)”

    3º O ensino geral de Paulo é favorável às mulheres. Um “preconceituoso rabínico” não ia fazer, nem falar o que Paulo falou e fez. Por exemplo, em Gálatas 3. 28, que diz “Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus”. Paulo não hesitou em usar mulheres para assisti-lo em seu ministério, por exemplo, deu a Febe o importante encargo de levar a epístola aos Romanos ao seu destino (Rm 16. 1). Ainda, em Atos dos Apóstolos, fica claro a importância dada por Paulo ao casal Áquila e Priscila, os quais FORAM seus ajudadores (At 18. 1-3, 18, 26).

    Obs: Champlin argumenta que, em 1 Co 14: 34, 35 “o princípio exarado em Gálatas 3. 26 por certo é deixado de lado segundo este ponto de vista”. Ou seja, o preço que o irmão Pr. Daladier terá de pagar por interpretá-lo como se estivesse dizendo que há uma proibição total e preconceituosa de Paulo, é afirmar que o próprio apóstolo estava destoado do princípio que ele mesmo enunciou em Gálatas.

    2º texto – I Timóteo 2. 11, 12

    Quase nada foi falado pelo irmão Pr. Daladier sobre esse texto, a não ser uma breve avaliação dos problemas referentes à mulher, a Queda e a heresia.

    O texto em si não é muito problemático até chegarmos ao argumento paulino nos versículos 13 e 14. Os versículos 11 e 12 falam “A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio”. Pelo que parece, mais uma vez o texto sugere que estava havendo na Igreja certos problemas relativos à “sujeição” e ao “uso de autoridade” pelas mulheres.

    O irmão Daladier tem problemas para admitir que pudesse está havendo certas heresias relacionadas às mulheres naqueles dias. Isso, claro, é diferente de dizer que “a mulher seria mais suscetível às heresias”, esse não é um bom argumento mesmo. O texto em nenhum momento fala dessa “propensão” do sexo feminino à heresia. Nosso argumento é que pode ter havido SIM falsos ensinos atrelados a mulheres, uma vez que faltava instrução para elas. A mulher judia naqueles dias, como o próprio irmão Daladier confirma, era desprezada, pois naqueles dias os rabinos oravam pela manhã e diziam que “Era perda de tempo ensinar a Lei a uma mulher”. Ou seja, a heresia se atrelou a mulher, não por ela ser mulher, mas por ser inculta e “alvo fácil”.

    Além de a heresia ser uma questão possível, temos que, provavelmente, havia mulheres que estavam usando de autoridade sobre o homem, talvez até através do ensino impositivo e desrespeitoso. O Apóstolo Paulo queria resolver aquele problema de alguma forma.

    O argumento de Paulo em 1 Tm 2. 13-14 é qual mesmo?

    Segundo o irmão Pr. Daladier, o argumento seria que as mulheres são mais vulneráveis ao pecado porque a queda começou em Eva.
    Primeiro, vale salientar que, uma vez que Paulo usa esse fato como um argumento, então esse texto não pode ser visto como uma simples opinião, Paulo está argumentando a favor de uma ideia.
    Segundo, o argumento não é de ser vulnerável ou não ao pecado, Paulo está evocando aqui a ordem da criação. Deus não fez Eva depois de Adão por simples acaso, ele fez Eva por causa de e a partir de Adão, para ser a sua auxiliadora. É incrível que o irmão Pr. Daladier, por derradeiro, cita 1 Co 11. 12, que diz “Porque, como a mulher provém do homem, assim também o homem provém da mulher, mas tudo vem de Deus”, provando mais uma vez que Paulo não é um preconceituoso influenciado por tradições rabínicas machistas.

    Outro detalhe, quando o texto diz “E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão” (1 Timóteo 2. 14), devemos entender isso a luz de Gênesis. Porque para Paulo Eva foi realmente enganada e Adão não? Primeiro, Eva ouviu a serpente e confiou nela, Adão “apenas” lhe seguiu. Ao invés de ser guiada por Adão, Eva guiou o seu marido ao pecado. Isso, logicamente, não tira de Adão a sua responsabilidade diante de Deus, nem muito menos Paulo faz isso. Aliás, o pecado aparece muito mais nas epístolas paulinas relacionado a Adão do que a Eva (Rm 5. 12-14). Aqui não é o caso, como parece ter sugerido o irmão Pr. Daladier, de Paulo usar um argumento típico de “irmãos carnais e concupiscentes”, não mesmo.

    Por essas razões, creio a proposição geral do irmão Daladier, por razões bíblicas, teológicas e hermenêuticas, não se sustenta.

    Mais um pouco de hermenêutica

    Primeiro, me admira ver o irmão Daladier usando o exemplo do ósculo para dizer “Era sua cultura falando, ainda que eivada de espiritualidade e inspiração ou não?”. Depois ele pergunta se “Vamos cumprir tal ósculo entre nós?”. Isso realmente é fruto daquilo que eu vou chamar aqui de “desespero hermenêutico”, quando um intérprete cria relações que não existem. Vimos que um adequado procedimento hermenêutico nos manda reter o pensamento teológico [i.e., o princípio afirmado ou implícito no contexto] junto [ou não] com a expressão cultural. Por exemplo, dissemos que:

    A forma cultural de uma ordem pode ser modificada mesmo que o princípio dessa forma permaneça inalterado para os leitores futuros.

    Um exemplo disso é o princípio cristão da humildade. O princípio permanece, porém o ato de lavar os pés uns dos outros tenha mudado em virtude de alterações na cultura, geografia, etc. Assim, a ordem de cumprimentar os irmãos com um ósculo santo encontra um paralelo mais adequado no Ocidente em um caloroso aperto de mão. Paulo jamais ensinou, ou pretendeu ensinar, que o costume em si do ósculo tivesse de ser reproduzido universalmente, como um princípio moral cristão.

    Todavia, comparar a prática cultural do ósculo santo com um ensino paulino sobre o princípio da submissão e da ordem no culto é cair em “desespero hermenêutico”.

    Desculpe o tamanho!

    Irmão Leandro Bezerra

  8. Daladier Lima disse:

    Prezado Leandro,

    Os versículos foram colocados em grego apenas para reforçar sua existência textual, ou seja, o que Paulo efetivamente disse. O blog tem a intenção de levar a reflexão a todos, é impossível “elevar” o nível se sequer os leitores, presumo, conhecem as línguas originais. Seria pedantismo favorecer este ou aquele estudioso. Na dúvida, caminho entre um e outro público.

    Meu objetivo com este e outros posts que abordam o status da mulher na Igreja sempre ficou claro, ao menos deduzo: demonstrar como determinadas crenças radicadas no inconsciente coletivo evangélico não possuem base bíblica ou a interpretação está sendo forçada para favorecer um posicionamento. Os exemplos são os mais diversos.
    Ocasionalmente rebusco o texto para auxiliar o leitor leigo. Redundância intencional.

    Quantos aos textos… I Coríntios 14:34,35, frisei a parte final para que a conclusão de que era a lei de Corinto que proibia a fala feminina em público, era esse o argumento desenvolvido, resultasse prejudicada. Paulo não estava apenas aproveitando a deixa, estava expondo sua… cosmovisão. Então ele arremata a assertiva. Não imagino que isso comprometa sua inspiração. Deus não usou robôs, mas seres humanos. Esses matizes, pelo contrário, tornam o texto mais afeito a cada um de nós. Muitas outras vezes essas “manias pessoais” soam no texto, basta ler com cuidado… É o caso do véu. Imagino que Paulo estava chocado com a liberdade cristã, que se contrapunha a tudo que ele havia aprendido como, por exemplo, não ensinar a Lei a uma mulher. Agora ele se via cercado de avidez pelo aprendizado da vida cristã, de ambos os sexos.
    Discordo da intersecção entre a utilização dos dons e eventuais exageros femininos. Os há com os homens. E em abundância como demonstram os inúmeros vídeos das redes sociais e como você admitiu.

    Oops! Deus ditou a Lei a Moisés, não o Pentateuco. Ainda que nele haja passagens que reforçam tal submissão.
    As mulheres foram liberadas para cantar e cultuar junto aos homens a partir do Cenáculo. Até lá sua submissão no templo era completa. Mas eu gostaria de enfatizar que na Igreja em Corinto ainda não estamos falando de templos, mas de cultos em casas e ambientes muito pequenos. Esta informalidade pode ter resultado em algum constrangimento, mas, repito, nada que os homens não tenham feito, como humilhar uma mulher em público. Outra possibilidade é que problemas conjugais fossem externados em tais reuniões, constrangendo o cônjuge homem.

    Quanto a I Timóteo 2: 11, 12 é a repetição do que Paulo já havia escrito em I Coríntios, com algumas outras palavras. Não duvido que algumas mulheres tenham aderido às heresias. Mas como escrevi, nada que os homens não tenham feito 100 vezes mais. Ou seja, a proibição não se explica por este motivo. Ou então, Paulo “superdimensionou” um risco (das mulheres se desviarem) e “subdimensionou” outro risco (dos homens se desviarem)? Não creio nisso.
    Penso que Paulo diz que a mulher foi enganada e Adão, também, mas não pelo mesmo sujeito! Ou seja, Eva foi enganada pela serpente e Adão por sua mulher. Isso não atenua a culpa do homem como você colocou.

    Quanto ao ósculo meu argumento é: Por que aqueles que advogam o silêncio da mulher e seu impedimento ao ensino (ainda que de fato não haja nem uma nem outra coisa na prática), sob o argumento dos escritos de Paulo, não cumprem uma ordenança como ósculo? Foi o apóstolo quem aconselhou cinco vezes a Igreja neste sentido, por que não cumprir? Por que não obrigar nossas irmãs a adentrar às igrejas com véus? Ortodoxia seletiva! Quando é conveniente cumprimos, ensinamos e ordenamos, quando não…

    Mesmo com todos estes argumentos as mulheres não estão caladas. Tem coisa mais contraditória do que isso?

    Abração!

  9. NOEMIA FRANCISCA DE SOUZA disse:

    PREZADOS LEITORES,

    APRECIANDO O TEXTO, É DE FATO CONTRADITÓRIO, Apostolo Paulo fala que as mulheres devem ficar caladas na igreja, muito bem, devemos analisar que naquele momento as recém convertidas, pelos costumes, modo de serem falantes etc.., levou Paulo a pedir o silêncio para que entendessem sem criar tumultos, enfim ter reverência para que se adaptassem ao ambiente cristão, e ouvissem melhor a palavra, , mas tem o homem de hoje a tendencia a escravizar, a ter medo que mulheres tomem conta de tudo o que lhes per tecem, a igreja, MAS, não foi DEUS que mandou mulheres ser escravas do silêncio, foi a dominação de Roma, e veja o mesmo Apostolo, refere que as mulheres profetizavam na igreja, e eu pergunto, profetizava de boca aberta ou fechada?,,,O que me é incrível é ver criticas de que mulheres, nem, sequer pode conduzir uma classe, ou ser palestrante, Veja, porque também é papel dos homens, , E as 04 filhas de Felipe que profetizavam, eram de boca aberta ou fechada?,,
    Acredito na ordenação de homens a frente dos trabalhos, como pastores, mas DEUS, escolhe quem ele quer, para uma missão seja homem ou mulher, e a bíblia refere que um dia todos serão um em todos, Se DEUS me mandar falar, vou falar, senão as pedras falarão por mim,,,
    DEUS usou uma jumenta, falou através dela, ele de fato usa quem ele quer, ,,E tem mais, Paulo foi um Apostolo, falava conforme a necessidade do momento, e pessoas que dizem que tem o poder de DEUS, se apega a trechos bíblicos, sem analisar o momento que a igreja vivia,,,, é lamentável, o quanto interferem no poder do espirito Santo de DEUS…Vejamos; preparei uma palestra para mais de 600 pessoas, e fui impedida de falar, , Olhei para o que diz ser Pastor, e falei vocês serão responsáveis pelos pais e jovens que deixaram de ouvir,, preparei por três meses, orei ao Senhor, e além do mais nem no púlpito era, e sim num salão em época de carnaval, usei a Bíblia, livros de Psicólogos e e Pisiaquítricas ambos também CristãospSCOLOGOS pSCOLOGOS

  10. NOEMIA FRANCISCA DE SOUZA disse:

    PREZADOS LEITORES,

    Apreciando o texto, é de fato contraditório o Apostolo Paulo fala que as mulheres devem ficar caladas na igreja, muito bem, devemos analisar que naquele momento as recém convertidas, pelos costumes, modo de serem falantes etc.., levou Paulo a pedir o silêncio para que entendessem sem criar tumultos, enfim ter reverência para que se adaptassem ao ambiente cristão, e ouvissem melhor a palavra, , mas tem o homem de hoje a tendencia a escravizar, a ter medo que mulheres tomem conta de tudo o que lhes pertecem a igreja, MAS, não foi DEUS que mandou mulheres ser escravas do silêncio, foi a dominação de Roma, e veja o mesmo Apóstolo, refere que as mulheres profetizavam na igreja, e eu pergunto, profetizava de boca aberta ou fechada?,,,O que me é incrível é ver criticas de que mulheres, nem, sequer pode conduzir uma classe, ou ser palestrante, Veja, porque também é papel dos homens, , E as 04 filhas de Felipe que profetizavam, eram de boca aberta ou fechada?,,
    Acredito na ordenação de homens a frente dos trabalhos, como pastores, mas DEUS, escolhe quem ele quer, para uma missão seja homem ou mulher, e a bíblia refere que um dia todos serão um em todos, Se DEUS me mandar falar, vou falar, senão as pedras falarão por mim. Sem falar que existe um único pastor, Jesus, e mulheres o acompanhava, e quando estava ele no túmulo, foram elas, que tiveram coragem de ver se Jesus ainda estava lá, não tinham medo de guardas,, etc..
    DEUS usou uma jumenta, falou através dela, ele de fato usa quem ele quer, ,,E tem mais, Paulo foi um Apostolo, falava conforme a necessidade do momento, e pessoas que dizem que tem o poder de DEUS, se apega a trechos bíblicos, sem analisar o momento que a igreja vivia,,,, é lamentável, o quanto interferem no poder do espirito Santo de DEUS…Vejamos; preparei uma palestra para mais de 600 pessoas, e fui impedida de falar, , Olhei para o que diz ser Pastor, e falei vocês serão responsáveis pelos pais e jovens que deixaram de ouvir,, preparei por três meses, orei ao Senhor, e além do mais nem no púlpito era, e sim num salão em época de carnaval, usei a Bíblia, livros de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos, fiquei triste, mas o espirito entristecido me levanta para o bem, e me faz crescer. Mas os que me impediram querem provavelmente o lugar de DEUS, eu nem queria seu lugar, ser pastora ou outra autoridade religiosa, esse domínio, essa guerra fria, que existe por ai, DEUS lá do alto, há de julgar, e ai daqueles que são pedras, na salvação das almas.
    Mulheres, orem, se preparem e preguem a palavra de DEUS, façam como eu, antes de dormirmos no Senhor, e não fazer nada ou pregar mentiras,, cobrar para que o povo recebam bençãos, naquele dia vão se entender com DEUS, veja só, quanto vale uma benção?, a Bíblia diz de graça dai de graça recebais,, e assim por diante,,Que DEUS, possa brevemente julgar os bons e os maus, e o império cristão, que aproveitam dos sentimentos dos convertidos, que tem sede de salvação, mas pregam textos isolados da bíblia, sem analisar os fatos, enganam multidões, pregam o que lhes interessam, , Por isso, cadê as verdades bíblicas, a bíblia diz que devemos crescer na graça e em conhecimento. Sabemos que nos concílios de Roma, os mandamentos de DEUS foram sendo alterados, a questão do batismo, a guarda dos mandamentos, e a milhões de cristãos com o pé la e cá, lembrem-se a Bíblia diz: Sai dela povo meu…..Enfim, prefiro ser protestante, protestar contra mentiras,,,e buscar verdades, analisar, comparar, GRAÇAS A DEUS, DEVO SER LIVRE para crescer na graça e em conhecimentos.
    Fiquem com DEUS.

  11. Adileno Santos Costa disse:

    Bom, antes de tudo, quero parabenizar ao irmão Leandro Bezerra pelo excelente e elaborado texto no qual o nobre irmão refuta o texto dissertativo do referido Pr. E também fazer uma observação sobre uma citação de um irmão no qual ele cita um episódio que aconteceu com Timóteo. Bem, esse episódio da circuncisão de Timóteo é um caso mais do que específico; e foi descritivo e não normativo. Logo, a comparação é totalmente sem nexo. Dito isto, quero fazer minhas observações a respeito do assunto tratado pelo referido Pr.

    Primeiro: quando o Ap. Paulo dá a sua opinião a respeito de um assunto que o mesmo está por tratar, ele deixa, assim como deixou bem claro para os leitores da época como da atualidade; e o mesmo fez uso da seguinte frase ” digo eu e não o Senhor “. Diante dessa observação, fica claro que o Ap. Paulo em momento algum suplantou ou implantou a sua ” cosmovisão ” em meio as doutrinas Cristocêntricas. Afirma isso é de fato uma falácia.

    Segundo: em Atos 15:20,29/ Atos 21:25; vemos claramente a proibição de costumes e cultural judaica ao gentios.

    Terceiro: O evangelho de Cristo, é acultural. Se os Apóstolos tivessem inserido em meio a doutrina Cristocêntrica ” cosmovisão judaica “, ” costumes judaicos ” e ” cultural judaica “, certamente a bíblia não seria inspiração Divina, mas uma inspiração humana quando não, meia inspiração humana e meia inspiração Divina. O que seria uma heresia tal afirmação.

    Quarto: não há uma passagem bíblica que sustente autoridade eclesiástica para a mulher em meio a igreja de Cristo; não há um relato histórico no período da igreja primitiva, dos pais da igreja e dos reformados que dêem sustentabilidade para tal doutrina seja descritiva ou muito menos normativa.

    Quinta: não há nada de radical em afirmar assim como, sustenta o que realmente os textos bíblicos de 1Co 14:34,35; claramente ensinam. Mas há uma fermentação liberal e feminista em querer sustenta a absurda ideia que esses textos como toda a bíblia não sustenta.

    Forte abraço a todos e todas!

    Que a paz do Deus das batalhas reine a cada dia em nosso coração.

  12. Daladier Lima disse:

    Prezado irmão Adileno,

    Exaustivamente, debatemos este assunto, inclusive, com referências históricas. Há muito mais material à disposição. Aguardo, ainda refutações a dois artigos: http://www.daladierlima.com/pastoras-as-ironias-do-texto-biblico/ e http://www.daladierlima.com/a-soberania-de-deus-em-xeque-2/ mas, infelizmente, só chega achismo e cosmovisão. Enquanto isso ELAS estão por aí, realizando alguma tarefa pastoral.

    Abração!