A urgente necessidade de mestres na Igreja!

Num tempo crítico, onde todos querem estar certos sobre quase tudo, a Igreja precisa de mestres que ensinem as verdades com graça e propriedade. Quem se habilita?

Enquanto uns acham que precisamos de presença midiática, templos maiores, congregações mais confortáveis, há uma necessidade urgente que passa despercebida da maioria de nós: mestres! Sim, a igreja evangélica brasileira está precisando de mestres com urgência.

O livro de Atos dos Apóstolos em seu capítulo 16, versos 4 e 5 (versão Nova Almeida), registra a seguinte mensagem: “Ao passar pelas cidades, entregavam aos irmãos as decisões tomadas pelos apóstolos e presbíteros de Jerusalém, para que as observassem. Assim, as igrejas eram fortalecidas na fé e, dia a dia, aumentavam em número”. Ou seja, havia uma preocupação na Igreja nascente que não podemos adiar.

Há algumas verdades latentes neste texto:

  • Produção intelectual de qualidade;
  • Mestres para disseminar seu conteúdo;
  • Confirmação de que as verdades foram plantadas numa boa terra!

Ou seja, não podemos apenas produzir livros a mancheias como vemos hoje. Eles precisam refletir um misto de ortodoxia com ortopraxia. Se levássemos em conta apenas o volume, as redes sociais bastariam. Mas boa parte ou é réplica ou má teologia. Nos livros pouca originalidade e ainda nos vemos às voltas com temas recorrentes enquanto desprezamos outros importantes.

Em segundo lugar, é preciso pessoas preparadas que disseminem as verdades cristalizadas no material escrito. Percebo, com tristeza, que muitos professores de EBD, por exemplo, já não querem assumir compromisso com salas. Seja para descansar um pouco mais no domingo ou porque dá trabalho organizar uma aula ou pura indolência. Essa tendência se reflete numa congregação de maneira inimaginável.

Só para tomarmos o exemplo mais recente, nas Assembleias de Deus, criou-se a Declaração de Fé assembleiana. Material de excelente qualidade que deveria ser o livro de cabeceira dos pastores, supostos mestres da denominação, ao lado da Bíblia. Mas a realidade é que mesmo no seu lançamento foi ignorado solenemente, até em grandes e urbanas igrejas. Depois foi massificado nas EBDs, em muitas das quais o pastor estava ausente, e, por fim, anda empoeirada em muitas bibliotecas.

A igreja em Antioquia não devia ter vinte anos ainda, era um movimento carismático recente, e já podemos ler em Atos  13, versão Nova Almeida: “Havia na igreja de Antioquia profetas e mestres: Barnabé; Simeão, chamado Níger; Lúcio, de Cirene; Manaém, que tinha sido criado com Herodes, e Saulo.” Ou seja, não é a idade de uma igreja, mas seu empenho em formar massa crítica!

Por fim, é necessário avaliar se estas verdades caíram em boa terra. Há dois problemas aqui: 1) Temos horror à avaliações; 2) Quando feitas servem mais à procura de culpados do que à correção de rumos. Então, supomos que tudo está bem, quando não está. Devemos ser, de longe, uma das comunidades mais controversas do mundo!


Leia também: Mestres, quantos há em sua igreja?

Sobre o autor | Website

Meu nome é Daladier Lima dos Santos, nasci em 27/04/1970. Sou pastor assembleiano da AD Seara/PE. Profissionalmente, trabalho com Tecnologia da Informação, desde 1991. Sou casado com Eúde e tenho duas filhas, Ellen e Nicolly.

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2 Comentários

  1. Eliezer disse:

    É, nobre mestre. Esta é, infelizmente, mais uma verdade!

  2. Pois é! Essa falta de pessoal bem preparado para ensinar a sã doutrina aos membros da igreja é o que tem feito as heresias crescerem.
    Vamos tentar mudar esse quadro contribuindo com a produção de conteúdos robustos e difundindo-os nas redes sociais e em nossas igrejas.