Não perca seu desejo missionário!

A igreja brasileira tem crescido na mesma proporção que tem perdido o desejo missionário. Que acontece a pessoas que outrora tinham prazer em evangelizar?

O ano de 2018 será marcado por uma tendência de que a Igreja seja hegemônica na política. Outros informes dão conta conta do peso econômico do contingente evangélico. É clara a nossa influência social. Mas parece que estamos perdendo nosso desejo missionário!

Fomos acusados de eleger um presidente. Multiplicaram-se os deputados estaduais e federais evangélicos. Perdemos um senador, mas ganhamos outros. Há centenas de cidades com data dedicadas à nós ou que foram aprovadas com nossa propositura. Podemos concluir que política e socialmente há grande influência evangélica no Brasil. E isto pode até ufanar um ou outro, porém, há um grande trabalho a ser feito e parece que nós estamos perdendo terreno neste aspecto.

Cresci acostumado a evangelizar. Grandes grupos saíam ao chamado campo. Entregava literaturas nos primeiros anos. Com o tempo passei a falar de Cristo com alguma ousadia, lá se vão 35 anos. Conheci igrejas que colocavam nas ruas 300, 400 pessoas num só dia de evangelização. As cruzadas eram imensas e grande a quantidade de conversões. Já vi Jesus salvar mais 100 pessoas num só dia.

Não obstante nossa influência há dois problemas que não resolvemos. Temos dificuldade de salgar efetivamente. Nossa sociedade é leniente com o erro desde a mais tenra meninice. Se há tanta influência não seria o caso de testemunharmos alguma mudança nesse sentido. Ao contrário, parece mais que não somos parte do problema. Em segundo lugar, temos nos acomodado.

Enumeraria algumas razões pelas quais perdemos o que chamo neste post de desejo missionário. Aliás, cabe aqui uma explicação: todos nós somos missionários, porque fazemos a missão que o Mestre nos confiou (Marcos 16:15). Há, porém, aqueles que são enviados aos campos transnacionais e os que evangelizaram em Jerusalém. As razões abaixo não tem hierarquia, são colocações sintomáticas.

A primeira razão é a acomodação. É que achamos que o Brasil está suficientemente evangelizado. Isto não é verdade. Costumo sempre sugerir que as pessoas deem um giro de 360 graus ao redor de si mesmas. Vão encontrar parentes, amigos, vizinhos e estranhos que não se decidiram por Cristo ainda. Muitos dos quais estão com necessidades urgentes e que somente o Senhor é capaz de suprir!

A segunda razão é a falsa sensação de superioridade numérica. É uma falácia. Somente aqui em Pernambuco 4 em cada 5 pessoas não é evangélica. Qualquer pessoa, em qualquer tempo, precisa ouvir falar de Jesus. Hoje não é diferente. Comece a pensar em quantas pessoas você interage diariamente e não professa a Cristo, e você terá uma pálida ideia do desafio a ser superado. Isso sem falar da grande quantidade de decisões por Cristo sem que as pessoas continuem na Igreja.

A terceira razão é preguiça. Os domingos à tarde agora são preenchidos com passeios, diversão, entretenimento. Antes eram com evangelismo pessoal. Os Testemunhas de Jeová são incansáveis e os encontramos, por vezes, durante a semana, em grandes grupos, falando da Bíblia. Podemos torcer o nariz para sua mensagem distorcida, mas temos que reconhecer seu mérito e sua garra.

A quarta razão é senso de oportunidade. Temos perdido a maioria das ocasiões em que podemos falar de Cristo. Quantos de nós posta uma mensagem evangelística em nossas redes sociais diariamente? Bem poucos. Preferimos repercutir amenidades, notícias bombásticas, quando não outras coisas piores.

A quinta razão é ausência de fervor espiritual. Homens e mulheres simples forjaram a evangelização brasileira. O diferencial deles era estar cheios do Espírito Santo. Abrasados por essa chama, muitos até sem preparo intelectual, não podiam ficar calados. Cobriam grandes distâncias a pé, levando a Palavra de Deus! E isto era feito com muita alegria.

Finalizando, queremos alertar o seguinte: parar de evangelizar é o primeiro passo para a falência da Igreja denominacional. Se olharmos para a História, para a Europa e outros lugares, perceberemos rapidamente que quando a Igreja foi se acomodando e não evangelizava, esfriou. A evangelização retroalimenta outras engrenagens da Igreja. A chegada de novos crentes exige discipulado, que exige novas igrejas, que exige doutrina, que fomenta novos líderes, que traz novos problemas, que precisam ser enfrentados em oração, que ensejam um número sem fim de outros processos…

Que não percamos nosso desejo missionário!

Leiam também: Evangelismo pessoal, que bicho é esse? Se come assado ou guisado?

Sobre o autor | Website

Meu nome é Daladier Lima dos Santos, nasci em 27/04/1970. Sou pastor assembleiano da AD Seara/PE. Profissionalmente, trabalho com Tecnologia da Informação, desde 1991. Sou casado com Eúde e tenho duas filhas, Ellen e Nicolly.

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1 Comentário

  1. Edwilson osmar becker disse:

    Não há uma liderança fazendo uma auto-crítica.