Você carregaria os ossos de José?

Você carregaria os ossos de um homem por quarenta anos, sem nunca ter ido à terra de destino e obedecendo ao seu pedido? Vem comigo!

Você carregaria os ossos de um homem por quarenta anos, sem nunca ter ido à terra de destino e obedecendo ao seu pedido?

Prezados 300 leitores, o final do livro de Gênesis termina com a morte de José. O patriarca havia salvo o Egito do caos instaurado por sete anos de fome e, por consequência, salvo sua própria família, os descendentes de Abraão. Pouco antes de morrer José fez uma solicitação inusual para seus irmãos: “Eu morro; mas Deus certamente vos visitará, e vos fará subir desta terra à terra que jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó. E José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente vos visitará Deus, e fareis transportar os meus ossos daqui (Gênesis 50:24-25).”

José faleceu aos 110 anos e o embalsamaram no Egito e o puseram num caixão. Muitos anos depois nasce Moisés e o corpo embalsamado de José era guardado num lugar não informado nos textos do Velho Testamento. Moisés viveu 80 anos até que a perseguição aos hebreus se intensificou naquela terra, a ponto de Deus decidir livrar o seu povo das mãos de Faraó.

Quando os israelitas saíram do Egito, 430 anos depois de lá haverem chegado, levaram consigo os ossos de José (Êxodo 13:19). Quarenta anos depois foi a vez de sepultá-lo em Canaã: “Os ossos de José, que os filhos de Israel trouxeram do Egito, foram sepultados em Siquém, da parte do campo que Jacó havia comprado dos filhos de Hemor, pai de Siquém, por cem peças de prata e que veio a ser propriedade dos filhos de José (Josué 24,32)”. Lembremos que José e seus irmãos haviam feito trajeto semelhante para sepultar Jacó (Gênesis 50:10,11). Esses versículos, aliás, mostram que os judeus, do tempo de José, ao menos, conheciam a estrada mais curta para Canaã.

Você carregaria os ossos de José?

Esta é a pergunta que não quer calar. Carregar ossos não parece uma tarefa atraente. Mas os judeus tiveram que se revezar para carregar tais ossos. Há muitos significados aqui, gostaríamos de destacar três:

  1. Carregar ossos significa guardar uma aliança. José havia acertado com seu povo que não o deixassem no Egito. Ele tinha consciência de sua importância para aquele povo, poderia até ser sepultado como um Faraó, numa pirâmide, mas preferiu ver seu corpo sacolejar até ser sepultado na terra da promessa. No tempo que José estava vivo os judeus gozavam de boa reputação, só depois a história mudou. Mas José não ansiava por representação política numa terra idólatra, queria ver o cumprimento do juramento que Deus tinha feito a Abraão, Isaque e Jacó (Gênesis 13:15);
  2. Carregar ossos é um ato de fé. José havia dito a seus irmãos que Deus os visitaria e os tiraria do Egito. Carregar seus ossos significava que os israelitas tinham plena confiança de chegar em Canaã e cumprir o que haviam acertado. Veja, não se passaram menos que 100 anos entre a morte de José e a saída do povo de Israel do Egito, e eles continuavam guardando os ossos de José, enquanto pensavam: “Um dia nós sairemos daqui!”. Mais 40 anos e eles chegariam ao lugar em que, finalmente, enterrariam seu patriarca (Josué 24:32). Anos em que a fé não esmoreceu!
  3. Carregar ossos significa fazer tarefas aparentemente insignificantes no reino. Vivemos um tempo de aparências e atitudes celebrizadas nas redes sociais. Mas no ambiente da própria Igreja muitos só querem as tarefas que trazem reconhecimento. Muito dos trabalhos que acontecem nas entrelinhas e em oculto nunca sabemos, ou talvez nunca saberemos. Muitas dessas tarefas, porém, são importantíssimas e indispensáveis!

Quantos de nós já não “guardam” os ossos de seus irmãos, aqueles que partiram e estão enterrados em algum cemitério, enquanto pensam: “Um dia sairemos daqui!”? Quantos de nós estamos dispostos a fazer o trabalho que ninguém quer? Quantos de nós estamos dispostos a fazer algo pra Deus e não dar publicidade? Com a palavra o leitor!

 

Sobre o autor | Website

Meu nome é Daladier Lima dos Santos, nasci em 27/04/1970. Sou pastor assembleiano da AD Seara/PE. Profissionalmente, trabalho com Tecnologia da Informação, desde 1991. Sou casado com Eúde e tenho duas filhas, Ellen e Nicolly.

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1 Comentário

  1. Williane Costa disse:

    Devemos sempre fazer a obra para Deus com alegria, e saber que quem nos ver é ele, e quem também nos vai recompensar é ele, não os homens.