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As limitações dos discípulos – Subsídio para a 9ª Lição – 31/05/2015

Doze apóstolos

Pois é, pois é, vinte leitores, o trimestre está terminando e eis mais um subsídio, desta vez para a 9ª lição. Cremos que temos um conjunto muito proveitoso. O ideal é que os alunos fossem estimulados a ler todo o livro de Lucas. É a isto que chamamos visão panorâmica. Sem ela o professor tem o aproveitamento de sua aula reduzido à metade.

Introdução

Antes de prosseguir vamos rememorar o nome dos doze discípulos. Utilizemos a lista de Mateus 10:2-4:

  1. Simão, chamado Pedro ou Cefas (Cefas é aramaico)
  2. André, irmão de Pedro, foi quem o convenceu a conhecer Jesus
  3. Tiago, o maior
  4. João, irmão de Tiago, filhos de Zebedeu, autor de um dos evangelhos, das três cartas que levam seu nome e do Apocalipse
  5. Filipe
  6. Bartolomeu, também chamado Natanael
  7. Tomé
  8. Mateus, o publicano (coletor de impostos. Não era bem visto pela sociedade), autor de um dos evangelhos
  9. Tiago, o menor, filho de Alfeu, autor da epístola que leva seu nome, tido como primo de Jesus
  10. Tadeu, irmão de Tiago
  11. Simão, o zelote (os zelotes eram uma seita judaica que discordava do domínio romano)
  12. Judas Iscariotes, o traidor

A Bíblia também lista os 12 discípulos em Marcos 3:16-19 e Lucas 6:13-16. Ao comparar as três passagens, há algumas pequenas diferenças. Aparentemente, Tadeu também era conhecido como “Judas, filho de Tiago” (Lucas 6:16). Simão, o Zelote também era conhecido como Simão, o cananeu.

Com a morte de Judas Iscariotes, que traiu Jesus, foi substituído entre os doze apóstolos por Matias (Atos 1:20-26). Observe que nem Marcos, nem Lucas, nem Paulo eram discípulos nesta lista e, provavelmente, nunca interagiram Jesus pessoalmente.

A equipe de Jesus

Temos a equipe mais controvertida de toda a história. Membros de profissões dispares. Mateus era publicano, Pedro e André pescadores. Alguns estudados, outros indoutos. Ainda que na Palestina um judeu típico soubesse ler, por conta da necessidade de fazer o Bar Mitzvá, cerimônia na qual o menino aos 12 anos recitava partes da Torá.

A dúvida entre os discípulos

A grande questão colocada pela lição é: Como homens que andaram com Jesus puderam duvidar dele? É uma questão transversal. Em diversos momentos Jesus é criticado por seus próprios seguidores diretos. Eles o abandonaram no momento mais decisivo e crucial: a cruz! Num primeiro momento podemos ignorar este tipo de comportamento. Mas não é o que hoje acontece entre nós? O cantor Danny Berrios expressa o problema em uma de suas músicas, a primeira estrofe, em espanhol, afirma (você pode ouvir a música completa no player abaixo):

Qué fácil es hacerte
Señor de los cielos,
las montañas y el profundo mar,
de las criaturas
y de toda esta Tierra,
pero qué difícil es hacerte
Señor de mí.

Crer, é pois, um dos desafios mais imponentes de todos os tempos. Conheço pessoas para as quais preguei. Choraram, compreenderam o que falava, mas se mostraram incapazes de fazer este mergulho misterioso. Por vezes, cremos firmemente na Palavra de Deus, mas na hora de fazer a aplicação desta fé, falhamos.

Crer tem três etapas que se revelam difíceis a muitas pessoas:

  1. Confiar – Confiamos no que conhecemos, no que sabemos, no que esperamos. Cristo, muitas vezes, convidou seus discípulos à surpresa e isso doeu e os deixou apreensivos. Gostamos da zona de conforto, não queremos ser importunados. Mas fé não é isso…
  2. Renunciar – Estamos sempre seguros em nós mesmos, no que temos, no que somos, no que podemos dominar, prever, antecipar. Fé é crer no impossível (Hebreus 11) e entregar-se completamente à vontade de Deus. Foi o que aconteceu com Abraão, o único homem que Deus manda olhar para ele (Isaías 51:2). Deus o chamou quando ele não era nada e fez dele uma grande nação, sustentando-o em território hostil, até sua morte em tenra velhice. Deus lhe fez um simples convite: Sai da terra de tua parentela e vai para uma terra que te mostrarei…
  3. Continuar crendo – Alguns creem e isto se manifesta de modo objetivo. Porém, com o passar do tempo o rigor das provas aumenta e eles desistem. O desafio da fé é permanente e está mudando todo dia como as areias do deserto ou as águas de uma praia. O anjo aconselhou a Daniel: Vai até o fim (Daniel 12:13) é lá que tudo se realiza plenamente.

Lidando com a dúvida

A dúvida é real, concluímos. Eu duvido, todos nós duvidamos. Em cada curva da estrada nosso coração fraqueja. Há três recursos a serem postos em prática:

  1. A oração – Orando nós entregamos nossa ansiedade nas mãos de Deus (I Pedro 5:7). Este fardo nos atrapalha e nos faz refém do medo. Na oração conversamos com Deus. Isto cria intimidade com o Altíssimo e reverbera segurança para nossa vida. Não, Deus não nos quer destruir, é um teste. Se formos pacientes e resilientes, iremos vencer!
  2. A palavra de Deus – Na Bíblia encontramos conforto (Salmos 1). O Senhor quer nos falar através de sua Palavra e nos dar um norte, uma saída. Crente que não lê a Bíblia, na prova fica refém da conversa fiada. Devemos lembrar que o Espírito Santo estará ao nosso lado para nos transmitir o conteúdo daquilo que lemos, traduzindo de forma espiritual para nós (Romanos 8:26,27)
  3. O testemunho dos irmãos – Por vezes chegamos arrasados ao culto. Para nós é o maior problema do mundo e é insolúvel. Ouvimos outros irmãos e eles nos falam de testemunhos maravilhosos. São histórias de problemas muito maiores que os nossos para os quais Deus proveu uma solução. Saímos de cultos assim rejuvenescidos espiritualmente. Um testemunho sério e vivo é um bálsamo divino na árida estrada da vida.

Lidando com os problemas cotidianos dos discípulos

O texto da lição apresenta, além da dúvida, a primazia, o exclusivismo, a avareza e o ressentimento. São ingredientes que desagregam uma equipe. Oh! Como precisamos estar atentos a estes elementos entre nós. São eles portas abertas para a atuação maligna em nossa vida, minando nossa confiança, trazendo rivalidade e desagregando os irmãos. Porém, pensemos: se na equipe de Jesus, o mestre dos mestres, havia isso, como não esperar que aconteça na Igreja. Devemos aprender a conviver com o problema e não imaginar que não exista.

Neste exato momento o Brasil é sacudido com inúmeros escândalos entre os evangélicos. Os irmãos em geral ficam perplexos: O que Deus está fazendo a respeito? Até quando permitirá tais descalabros? Devemos crer que nada está fora do controle divino. Ele julgará todas as coisas (Eclesiastes 11:9), só não o fará no nosso timing. Queremos que Deus aja no momento que desejarmos. Deus não está sujeito aos nossos desejos, ele não é um mago que sai de uma garrafa para atender nossos pedidos!

Conclusão

A fé é um dos pontos críticos da caminhada. Devemos guardar nosso coração (Provérbios 4:23), ainda que isso traga marcas indeléveis. Tais marcas são as ranhuras da experiência, que nos farão mais fortes no dia mau e nos proporcionará a base para vencermos todas as dificuldades.

Suplemento: Como morreram os discípulos?

Leiamos o que diz o site GotQuestions: “O único apóstolo cuja morte está registrada na Bíblia é Tiago (Atos 12:2). O rei Herodes “fez Tiago passar a fio de espada” – aparentemente uma referência à decapitação. As circunstâncias das mortes dos outros apóstolos só podem ser conhecidas baseadas nas tradições da igreja; portanto não devemos dar muito crédito a nenhum desses relatos. A tradição da igreja mais aceita em relação à morte de um apóstolo é que o Apóstolo Pedro foi crucificado, de cabeça para baixo em uma cruz em forma de x, em Roma, cumprindo a profecia de Jesus (João 21:18). A seguir estão as “tradições” mais populares a respeito das mortes dos outros apóstolos.

Mateus sofreu martírio na Etiópia, morto por um ferimento causado por uma espada. João esteve à beira do martírio, quando ele foi cozido em um recipiente enorme de óleo durante uma onda de perseguição em Roma. No entanto, ele foi milagrosamente livrado da morte. João foi sentenciado às minas na ilha de Patmos. Ele escreveu o livro profético do Apocalipse em Patmos. O apóstolo João foi mais tarde posto em liberdade e retornou para o lugar onde hoje fica a Turquia. Ele morreu velho, sendo o único apóstolo a morrer em paz.

Tiago, o irmão de Jesus (não oficialmente um apóstolo), o líder da igreja em Jerusalém, foi atirado de mais de 30 metros de altura do alto do pináculo sudeste do Templo ao se recusar a negar sua fé em Cristo. Quando eles descobriram que ele havia sobrevivido à queda, seus inimigos o espancaram até a morte com um porrete. Este foi o mesmo pináculo para onde Satanás levou a Jesus durante a tentação.

Bartolomeu, também conhecido como Natanael, foi um missionário para a Ásia. Ele testemunhou onde hoje é a Turquia e foi martirizado pela sua pregação na Armênia, quando ele foi chicoteado até a morte. André morreu em uma cruz em forma de x na Grécia. Após ter sido chicoteado severamente por sete soldados, estes ataram o seu corpo à cruz com cordas para prolongar a sua agonia. Seus seguidores reportaram que, quando ele foi levado em direção à cruz, André a saudou com as seguintes palavras: “Muito desejei e esperei por esta hora. A cruz foi consagrada pelo corpo de Cristo pendurado nela”. Ele continuou a pregar para os seus torturadores por dois dias até que ele morreu. O apóstolo Tomé foi atingido por uma lança na Índia durante uma de suas viagens missionárias para estabelecer a igreja lá. Matias, o apóstolo escolhido para substituir o traidor Judas Iscariotes, foi apedrejado e depois decapitado”[1].

Leia mais: http://www.gotquestions.org/Portugues/morte-apostolos.html#ixzz3bOAVPITZ

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