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Assunto espinhoso, mas fazer o quê?

briga entre igrejas

Já falamos aqui no blog sobre a importância de enxergarmos a dimensão institucional da CGADB. Ora, o que é tal orgão senão um colegiado com ingerência* sobre seus filiados? Se a este princípio básico a convenção não serve, a que mais serviria? Por que a digressão? Para voltar ao assunto relatado no post anterior. Como é que num Estado duas ou mais convenções filiadas à CGADB digladiam-se entre si e a convenção máxima nada faz? Sabemos da imposição de ordem financeira, com a saída de ministros filiados, mas é melhor uma Convenção menor que realmente congregue os objetivos das igrejas sob sua direção, do que ser conivente com um desmando desta natureza, não obstante o tamanho. É como manter uma igreja grande cheia de pecados, somente por conta dos dízimos e ofertas. Qualidade é melhor que quantidade!

Digo mais**, as notícias que ouço por aí afora é que por vezes se toma partido nesta ou naquela facção. Na minha opinião, o que deveria ser feito era aplicar o regimento, inclusive por conta do escândalo para os de fora. E que os rebeldes beligerantes partam, se não houver acordo! Aqui em Pernambuco, vocês sabem do estranhamento que há entre a CONADEPE e a COMADALPE. É um assunto público e notório, e vergonhoso. Eu já fui defenestrado várias vezes visitando igrejas. Coisas do tipo, você ir ao velório de seu avô, pastor jubilado da CONADEPE, e não ser nem apresentado como ministro! Penso que se fosse um padre ou babalorixá, se devesse, por uma questão de educação, fazê-lo, quanto mais a obreiros de uma mesma denominação? É até uma insanidade num momento de luto e perda esse tipo de comportamento. O que deveria fazer o Presidente da CGADB? Levar, por exemplo, a tiracolo uma comitiva de uma Convenção à Ceia da outra, e vice-versa! Se somente o presidente pudesse ser recebido, e a comitiva fosse ignorada, a convenção que rejeitasse a recepção seria suspensa. Reincindente? Excluída!

Que história é essa? Quem fala mais alto é o dinheiro e/ou o apadrinhamento? Erro é erro. Desunião é motivo de disciplina para membros em uma igreja, quanto mais para pastores que falam cobras e lagartos de pares desafetos, mantendo uma relação reiterada de inimizade. Agora ficam os coitados dos membros e líderes menores no meio de um tiroteio. Ameaçados de perder cargos na hipótese de apresentar e dar oportunidade a obreiros visitantes, ainda que conhecidos e com profundas raízes familiares na congregação. Estranhamento no culto, aonde os visitantes são tratados como cachorros. Não se lhes dá a dignidade de mencionar seus nomes (aqui eu menciono o nome até dos não crentes que nos visitam), ou lhes fazer um convite formal. Ouvi-los? Nem pensar. O que fariam com o apóstolo Paulo, que chega, de repente, como obreiro enviado por Jesus? Enxotariam dos cultos!?

Eu fui visitar, por exemplo, com minha família, um culto na igreja de um amigo, de outra convenção, que me conhece bem de perto e é regente de um grupo musical lá. O recepcionista pegou meu nome, meu cargo, minha igreja de origem e o nome de minhas filhas e esposa. Não fui com carta, porque foi uma visita espontânea, mas não faria diferença. Sabe como fomos apresentados? Um obreiro falou o nome dos visitantes das congregações da mesma convenção, mencionou os visitantes da Igreja Batista, depois se dirigiu ao público e disse: Aonde está o restante dos visitantes? Somente para não ter que citar meu nome e meu cargo, etc! Ele sabe que se o fizer e chegar nas instâncias superiores a informação ele será chamado, para apurar seu desvio de conduta. Por aqui, na nossa convenção, ao contrário, a determinação do Pr. Presidente é apresentar e receber da melhor forma possível. Se o obreiro for conhecido da igreja local, poderá ser convidado ao púlpito. Dependendo da recomendação não haverá nenhuma restrição em ouvi-lo. Deus do Céu, isso não é favor, é obrigação! Faz parte da nossa fraternidade, da nossa amizade e comunhão. Será que esse pessoal dividiria um prato no ágape com um irmão de outra convenção?

Voltando ao eixo do post, aqui no blog costumo dar o nome certo às coisas. E essa palhaçada tem um nome: fraqueza institucional. Se a CGADB não é o CNJ das Assembleias de Deus no Brasil, então estamos perdidos. Qualquer pastor persegue e impõe uma diretriz a seu bel prazer, como denunciamos aqui em relação à política, e não há instância a recorrer. Essa turma facciosa e beligerante tem que ser enquadrada ou sumir da Convenção Geral. Criar sua própria Convenção Geral aonde seu projeto de poder tenha espaço. E pode ser deputado, senador, pregador, milagreiro ou o que for! Se necessário até o departamento jurídico da Convenção seria acionado. Eles sabem tanto que sairão impunes que fazem e reincidem nos atos. Não sei como conseguem dormir. Mas sei que a consciência pode ser cauterizada pela quantidade de vezes que um erro é cometido.

E nós nem abordamos a possibilidade da retirada do nome, para os rebeldes intransigentes, visto que a CGADB detém a marca. Que tal um brigão perder a deferência? É preciso, porém, pulso para resolver o problema impondo uma solução. A tibieza só agrava as feridas.

Links aqui e aqui.

*sf (ingerir+ência) 1 Ato ou efeito de ingerir ou ingerir-se. 2Influência. 3 Intervenção.
** Como diz o Reinaldo Azevedo, o segredo de aborrecer é dizer tudo

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