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Os sete erros do professor de EBD

Os sete erros do professor de EBD

Os sete erros do professor de EBD

Prezados leitores, escreveremos sobre o aprendizado e alguns aspectos da preparação do conteúdo para a EBD. Vamos compartilhar alguns dos erros mais comuns do professor. Eventualmente posso ter incorrido em algum deles. Sou humano e professor de EBD desde os 17 anos.

1) Achar que sabe tudo. Comungo da ideia de muitos expoentes da pedagogia e áreas afins: vivemos aprendendo! Somente a morte cessa nosso aprendizado. Noto uma falta de humildade em alguns professores de EBD com os quais interajo. Já aprendi grandes lições com pessoas anônimas ou sem muita expressão. Aprender depende de se ter uma mente aberta. Não à toa em hebraico o verbo lamad, tanto é ensinar, quanto aprender!

O professor que sabe tudo coloca em prática a autossuficiência. É um sinal claro de desastre. Comento tópicos da lição ao longo da semana com amigos e irmãos. E vou aprendendo até o domingo. Outro problema de quem acha que sabe tudo é se fechar para uma nova ideia, um novo olhar sobre determinado assunto. Vivemos na era da criatividade, mas precisamos liberá-la para que seja efetiva, do contrário, morre em si mesma.

 

2) Desprezar a lição até o domingo pela manhã. Boa parte dos professores, sem querer generalizar, só pegam a lição no sábado à noite (para o estudo semanal para docentes) ou na hora da aula. É muito ruim esse tipo de atitude, traz um conteúdo raso e difícil de digerir. Invariavelmente, os alunos vão embora e o professor não percebe. Costumo ler todas as lições de uma só vez. Depois vou lendo uma após outra, a cada semana. Isso me dá um ganho panorâmico do assunto e me impede de antecipar assuntos que serão tratados a seu tempo.

3) Desprezar os recursos audiovisuais. Infelizmente, muitos professores ignoram o valor de um quadro, um mapa, uma gravura, um datashow. Vamos apresentar de maneira científica o valor de tais recursos. Observe as tabelas abaixo[1]:

Retenção na aprendizagem – Tabela 1

Retenção na aprendizagem – Tabela 2

A primeira diz respeito à retenção em si mesma, avaliada de maneira geral. A segunda diz respeito à retenção através do tempo. Não deixam dúvidas que uma aula enriquecida com materiais audiovisuais trará maior aproveitamento para os alunos. O professor não pode exagerar na dose e deve estar familiarizado com o material apresentado. Do contrário, o tiro sai pela culatra.

4) Supor que pessoas mais idosas não gostam de recursos audiovisuais. Na minha experiência como docente e dirigente de EBD tive a grata surpresa de quase apanhar de uma classe de senhoras. É que eu distribuía semanalmente uma palavra cruzada computadorizada (feita no EclipseCrossword). Quando eu priorizava os jovens e esquecia a classe das senhoras era reclamação na certa… Rsrsrs! Já tive a oportunidade de experimentar a aplicação de várias atividades do tipo em classes com pessoas mais idosas e nunca tive dificuldade nisto. De bônus acontecia o seguinte: o aluno que pegava a palavra cruzada não faltava no domingo seguinte. Captou!?

5) Esquecer a contextualização. Qualquer lição tem um tema. Por falta de preparo, ignorância ou intenção mesmo o professor divaga para outros assuntos, deixando a desejar naquilo que o une ao aluno. Quando este vem à EBD ele já tem em mente, ao menos de maneira genérica, qual o assunto a ser abordado, cabendo a professor ser um facilitador do aprendizado. Uma vez decepcionado ele despreza a leitura da lição e, em muitos casos, despreza a própria escola.

A contextualização diz respeito diretamente ao aspecto prático da lição. Assim como na pregação, o ensino tem que falar ao coração do ouvinte. E transformá-lo! Há ensinadores fantásticos, cujas palavras apenas impressionam o aluno, não o levam a refletir de que maneira podem aplicar o que aprenderam.

 

6) Desprezar a pesquisa. O professor não pode deixar a aula soçobrar por falta de conteúdo. Já peguei aulas e assuntos maçantes. Nem sempre a CPAD acerta a mão. Qual a saída? Enriquecer o assunto! Lendo e relendo a lição vamos descobrir que sub-tópicos podem ser explorados, eventuais lacunas e oportunidades de gerar reflexão na classe. Geralmente professores que não pesquisam tem imensa dificuldade com os tempos em que vivemos. O aluno já entrou na internet, já pesquisou o assunto, já chega com opinião formada. Se você estiver perdido…

7) Esquecer da Bíblia. O grande Norman Geisler disse na Consciência Cristã/2013, que perguntou aos especialistas do FED – Federal Reserve (o Banco Central americano) no que se especializavam para descobrir as fraudes do sistema financeiro. Eles responderam tranquilamente: “Nós nos especializamos na cédula verdadeira”! Ou seja, estudando com vagar e cuidado a nota verdadeira do dólar, eles eram capazes de descobrir quaisquer fraudes envolvendo a moeda americana. Devemos pesquisar e estudar materiais os mais diversos que tenham conexão com a aula, mas não podemos esquecer da Bíblia. Deixar de ler antecipadamente o texto áureo, o texto bíblico e as referências principais é fatal!

Na intenção de melhorar sempre…

[1] FERREIRA, Oscar Manuel de Castro; JÚNIOR, Plínio Dias da Silva. Recursos Audiovisuais para o Ensino. São Paulo: EPU, 1975.

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