Ícone do site Pr. Daladier Lima

Por que o perfume se esvai?

Por que o perfume se esvai

Por que o perfume se esvai

Este espaço virtual tem acompanhado as transformações pelas quais passa a igreja brasileira. Seja no âmbito estritamente eclesiástico, social, econômico, político ou social, modéstia à parte, há pouca coisa que não foi abordada aqui. Não é que sejamos perfeitos, temos apenas buscado ser ecléticos. Infelizmente, alguns leitores não compreendem a proposta e acabam pensando que as reflexões são primeiramente movidas por interesse pessoal. Acontece, é o castigo de escrever. Uns entendem, outros não.

O que é notório é que ao longo destes anos a Igreja assumiu um papel complexo e contraditório. Num momento queremos fazer a diferença, no instante seguinte as demandas progressistas solapam nossos princípios. Há hoje igrejas para todos os gostos. O culto se tornou rarefeito e adaptado aos fregueses do templo. As liturgias caíram em desuso. O tempo da pregação evanesceu. A liderança envelheceu antes da hora. A consciência se cauterizou e já não ouve a voz do Espírito. Há boas exceções? Com certeza, mas não deveriam ser a regra?

Um ponto crítico pontua as mudanças de nosso tempo, aquele que determina a razão de ser de uma igreja. Este organismo que não nasceu para influir a sociedade, para erguer grandes templos, para encher a mídia com uma mensagem. Quem pode imaginar Jesus programando os eventos de acordo com maior ou menor audiência? Alguns dos grandes episódios da trajetória do galileu ocorreram com um público ínfimo!

Mas uma coisa que Jesus nunca abriu mão foi o cuidado com as pessoas. Nosso tempo testemunha o desprezo reiterado com o próximo. Os que ficam pelo caminho são solenemente ignorados. Queremos os desafetos bem longe, quão distante os possamos manter tanto melhor. Não só isso, estendemos nosso desprezo a quem não tem nada a nos oferecer. São tempos em que a Igreja tem fugido à sua missão básica, enquanto se encarrega de ser mais importante e influente. Se nos remetêssemos à parábola do samaritano nem passaríamos naquela estrada, quando mais na outra calçada.

Voltemos a ser simplesmente sal e luz. Um farol para os açoitados pelo mar da vida. O bom perfume que exala o aroma do abraço, do carinho, da compreensão. E que possamos cuidar sem esperar nada em troca. Somente que possam ir adiante e fazer outros discípulos!

Sair da versão mobile