Tentação – A batalha por nossas escolhas e atitudes

Tentação - A batalha por nossas escolhas e atitudes. Acompanhe este subsídio para alunos e professores com elementos para adensar a aula do próximo domingo. Vem comigo!

Prezados leitores, chegamos à sétima lição do trimestre. Tem sido desafiador acompanhar o aprendizado. Com esta lição não será diferente. Desta vez abordaremos o tema: Tentação – A batalha por nossas escolhas e atitudes. É um tema instigante cujo aprendizado deveria atrair a atenção de todos aqueles que se dizem salvos por Cristo. E traz muitas dificuldades para o professor da EBD. Eu recomendaria ler muito material a respeito e pesquisar bastante, sob pena do assunto morrer na praia ou ficar superficial.

Como sempre frisamos, transcrevemos o texto da lição em azul e faremos os comentários em preto. Assim como a lição da semana passada o conteúdo desta oferecerá alguma dificuldade para o professor harmonizar o tema com os textos e os objetivos. Notadamente porque a intenção do comentarista é fazer sobressair os métodos utilizados por Cristo para triunfar sobre o tentador. Imagino que quem pensar que é fácil associar o raciocínio a nós de forma generalizada terá algumas dificuldades.

Texto Áureo

“Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.” (1 Jo 2.16)

A palavra repetida duas vezes aqui é ἐπιθυμία (lê-se, epithymia). Uma palavra grega que ocorre 38 vezes e tem vários significados:

  1. Ambição – Mc 4:19
  2. Desejo mau – Jo 8:44; Cl 3:15; Fp 4:15
  3. Desejo bom – Lc 22:15; Fp 1:23; I Ts 2:17
  4. Concupiscências – Rm 1:24; 7:8; 13:14; Gl 5:16, 24; Ef 4:22; I Ts 6:9; I Pe 4:3; I Jo 2:16, 17
  5. Paixões – Rm 6:12; 2 Tm 2:22; 3:6; Tt 2:12; 3:3; I Pe 1:14; 2:11; 4:2; I Pe 1:4; 2:10, 18; 3:3; Jd 1:16,18
  6. Cobiça – Rm 7:7; 2 Tm 4:3; Tg 1:14, 15
  7. Inclinações – Ef 2:3
  8. Apetecimento carnal – Ap 18:14

O DITNT (Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento) assinala que tanto é utilizada no bom quanto no mal sentido. Assim, tanto podemos ter o desejo de vencer na vida, de alcançar sucesso profissional, formar uma família e coisas boas nas quais empregamos esforço e dedicação, como podemos ter desejos malignos. É utilizada de modo intercambiável na LXX (Septuaginta). Porém, no NT é uma palavra predominantemente descritiva de comportamentos pecaminosos.

Tanto Paulo quanto Tiago vão enfatizar que a carne é impulsionada pelos desejos, que uma vez consumados levam ao pecado. Por outro lado, aquele que anda no Espírito subverte os desejos carnais e não faz a vontade do Diabo, vencendo a tentação. É bom destacar que Paulo classifica os homens em sarkikos, carnais e psichikos, sensuais, vivem para satisfazer seus apetites e desejos e pneumatikos, espirituais, vivem para agradar a Deus.

Lembre, por fim, que não é concupisciência mas concupiscência!

Verdade Prática

A tentação no sentido religioso é a atração ou sedução para praticar o mal tendo por recompensa prazeres ou lucros ilícitos.

Leitura Diária

Leitura Diária - 7ª Lição

Leitura Diária – 7ª Lição

Leitura Bíblica em Classe

Mateus 4.1-11

1 – Então, foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo.
2 – E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome;
3 – E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.
4 – Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.
5 – Então o diabo o transportou à Cidade Santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo,
6 – e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra.
7 – Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus.
8 – Novamente, o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles.
9 – E disse-lhe: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares.
10 – Então, disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás.
11 – Então, o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos e o serviram.

Objetivo geral

Mostrar que Jesus venceu a tentação.

Esse é o foco do professor em classe (já abordado em 2015). Isso não impede que se possa fazer uma co-relação entre a tentação de Cristo e as que enfrentamos no dia a dia. Inclusive, uma boa dinâmica é elencar os detalhes do episódio e ressaltar suas lições. Em suma:

  1. Jesus jejuou e orou para estar preparado para vencer a tentação;
  2. Com nossas forças carnais e sem uma entrega total ao Senhor jamais iremos vencer;
  3. A consagração e a oração não impedem a tentação;
  4. O Inimigo vive à procura dos crentes mais representativos, porque sua queda fará um grande estrago;
  5. O Diabo conhece muito bem as Escrituras e poderá distorcê-las para nos enganar;
  6. Devemos vencê-lo sujeitando nossa mente ao senhorio divino e estarmos preparados com o conhecimento bíblico;
  7. O Diabo sempre tocará no local mais frágil. Note que Jesus estava faminto e só;
  8. Fixando nossa mente nos objetivos eternos jamais sucumbiremos à tentação.

Objetivos Específicos

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

1) Conceituar a tentação;
2) Explicar o processo da tentação de Jesus;
3) Elencar as tentações de Jesus.

Introdução

Há certo paralelismo entre os quarenta anos da peregrinação de Israel no deserto e os quarenta dias e as quarenta noites em que o Senhor Jesus jejuou no lugar ermo. A diferença é que Israel não passou no teste, e Jesus foi o vitorioso sobre Satanás. Esses dois cenários têm a ver com nossas escolhas e atitudes na jornada de nossa vida espiritual.

Não me sinto muito à vontade com a mistura deliberada que o comentarista fez entre rebeldia e tentação. Embora sua intenção seja mostrar que a tentação é um teste, preferia que ele fosse direto ao assunto com outros textos. Aliás, devemos ressaltar que um dos maiores pecados de Israel na sua trajetória até a Terra Prometida foi a idolatria.

I – A tentação

Os termos “tentação” e “tentar” na Bíblia aplicam-se tanto no campo secular como no campo religioso. Vamos analisar o assunto partindo dos significados e sentidos dessas palavras, levando em consideração o contexto das várias passagens bíblicas.

1. A provocação de Refidim. O substantivo “tentação” significa literalmente “teste, provação, instigação”. Na contenda paradigmática de Refidim, no deserto, temos o significado dessa palavra: “E chamou o nome daquele lugar Massá e Meribá, por causa da contenda dos filhos de Israel, e porque tentaram ao SENHOR, dizendo: Está o SENHOR no meio de nós, ou não?” (Êx 17.7). O vocábulo hebraico massá significa “tentação”, e meribá quer dizer “contenda”. Os israelitas estavam testando o próprio Deus. A Septuaginta traduz massá por peirasmós, “tentação”, a mesma palavra usada no Novo Testamento grego. O enfoque do termo aqui é sobre a ideia de instigação ou sedução para o pecado (Mt 6.13; 26.41).

Há um jogo interessante de palavras com o termo πειράζω (lê-se, peirázô) no original grego em Tiago 1:13 que vale a pena replicar aqui para compreendermos a natureza da tentação:

Μηδεὶς πειραζόμενος λεγέτω ὅτι, Ἀπὸ Θεοῦ πειράζομαι. ὁ γὰρ Θεὸς ἀπείραστός ἐστιν κακῶνπειράζει δὲ αὐτὸς οὐδένα.

Lê-se: Mêdeis peirazómenos leguétô rróti, Apó Theu peirázomai, rró gar Theós apeírastós estin kakôn; peirázei dé autós udéna.

Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta.

Portanto, temos aqui três premissas interessantes:

  1. Não há ser humano que escape da tentação. Se Jesus foi tentado, por que não seríamos nós?
  2. Ela é sempre maligna, sua fonte é carnal. Não vem de Deus;
  3. A tentação pode ser permitida por Deus, jamais fará parte de sua vontade diretiva.

Uma questão que pode ocorrer aos alunos é a seguinte: Se Deus não pode ser tentado pelo mal e Jesus é Deus, como pôde ser tentado? A razão é que estava em seu corpo 100% humano. Como Deus ele não podia ser tentado, como homem sim. Como homem Jesus teve fome, sede, sentiu cansaço, dormiu e participou de toda gama de atividades inerentes a essa condição.

2. A experiência de Massá e Meribá. Ninguém deve testar a Javé, o Deus de Israel, pois o nosso dever é obedecê-lo (Dt 6.16). O que aconteceu nessa contenda teve a reprovação divina, de modo que serviu como um paradigma daquilo que não se deve fazer (Sl 95.8,9). Testar Deus é questionar sua fidelidade no pacto e duvidar de sua autoridade (Sl 78.41,56). Entendemos que tentar o Criador reflete a nossa descrença nEle, e a Bíblia é contra essa prática (Is 7.12; At 15.10).

Uma das grandes tentações do nosso tempo diz respeito a duvidar da provisão divina. Quantos salvos se perderam no caminho para o Céu tentando ensinar Deus a trabalhar em suas vidas? Ou tentando apressar suas promessas?

3. Como um teste. Isso é muito comum no Antigo Testamento (1 Rs 10.1). O exemplo clássico é a passagem do sacrifício de Isaque: “E aconteceu, depois destas coisas, que tentou Deus a Abraão” (Gn 22.1). A finalidade disso é revelar ou desenvolver o nosso caráter (Êx 20.20; Jo 6.6). O hebraico aqui para “tentou” é nissá, que tem o sentido de testar, experimentar, usado para pesquisas científicas hoje em Israel. A Septuaginta traduziu por peirazo, de onde vem o substantivo peirasmós, que aparece no Novo Testamento com a mesma ideia de teste: “e puseste à prova os que dizem ser apóstolos e o não são” (Ap 2.2). O Novo Testamento emprega o termo também com ideia de tentativa (At 16.7; 24.6).

II – A tentação de Jesus

A tentação de Jesus no deserto é o primeiro acontecimento registrado de sua história depois do batismo por João Batista no rio Jordão. Era de se esperar que aquele que veio “para desfazer as obras do diabo” (1 Jo 3.8) enfrentasse a reação de Satanás. O Inimigo de nossa alma decide lutar por sua causa. É que a chegada do Salvador alvoroçou todo o reino das trevas.

Quando chegou o momento que ele se revelaria ao mundo, logo após encontrar-se com João Batista e ser batizado por ele, o Espírito Santo impeliu Jesus ao deserto. Mateus diz que o Espírito o conduziu, usa anagô, sair rapidamente, como em Atos 18:21; levar até. Já Marcos utiliza o verbo ekballô, jogar com força, expulsar, impelir. Lucas por sua vez usa agô, guiar, conduzir. De qualquer forma, foi o lapidador por excelência do trabalho do Senhor quem se encarregou de fazer com que Jesus passasse por mais esta prova decisiva.

1. Levado ao deserto (v.1). O deserto é um lugar onde os seres humanos percebem a grandeza de Deus e a fragilidade humana; é um lugar de profundo silêncio para meditação e oração, onde há vastidão de espaço para ouvir a voz de Deus. Foi no deserto que grandes homens de Deus foram preparados para o serviço sagrado, como Moisés (At 7.30-33) e Elias (1 Rs 19.4-10). O termo “deserto” nessa passagem não é suficiente para determinar o lugar exato em que Jesus suportou os quarenta dias de jejum e tentações. Mas há concordância entre muitos estudiosos de que se trata de uma parte despovoada da Judeia, onde João Batista iniciou o seu ministério. A tradição posterior indica o monte da Quarentena a oeste de Jericó, onde foi construída na encosta da montanha uma igreja no século VI.

Situado bem próximo de Jerusalém, este deserto é cheio de contrastes, além da poeira, do clima árido de dia e gélido à noite, o local guarda surpresas. O deserto em toda sua largura e extensão é cortado por vários rios que criam canais de até 500 metros de profundidade. Alguns deles formam oásis como Nahal Arugot, Nahal Prat e Nahal David.

Neste deserto diversas batalhas se desenrolaram depois que o Cristianismo nasceu, tais como a batalha de Massada, a última fortaleza do povo judeu durante a invasão romana, em 73 d.C. Também lá foram encontradas verdadeiras relíquias da arqueologia: os Pergaminhos do Mar Morto, em 1947.

Ao contrário de alguns líderes modernos, tudo começou para Jesus num deserto. Após ser cheio no batismo ele não participa de nenhum ato profético, sete semanas disso ou daquilo, nada bombástico. Vai ser peneirado como o grão para estar apto a fazer o trabalho que estava na presciência divina. Trabalhos vitoriosos sempre começam com penar e grandes dificuldades, desconfie de facilidades.

2. Sobre o jejum de Jesus (v.2). Segundo a narrativa de Mateus, Jesus jejuou “quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome”. Só mais dois personagens bíblicos praticaram um jejum tão prolongado de quarenta dias, Moisés e Elias, mas isso aconteceu em situações específicas (Êx 34.28; Dt 9.9,11; 1 Rs 19.8). Isso mostra que esse tipo de jejum (quarenta dias e quarenta noites) não é doutrina da Igreja. Lucas afirma que Jesus, “naqueles dias, não comeu coisa alguma, e, terminados eles, teve fome” (Lc 4.2). O verbo grego, nesteuou, “jejuar”, significa literalmente “abster-se de alimento”.

3. Como a tentação aconteceu (v.3a). Está claro que Satanás se apresentou a Jesus de forma visível, mas os detalhes são desconhecidos. Essa tentação foi literal, e isso se evidencia pelos detalhes da própria narrativa. Rejeitamos, pois, a ideia de uma tentação subjetiva, simbólica ou visionária. Com certeza, Jesus mesmo contou essa experiência aos seus discípulos.

Os demais evangelistas abordam o assunto, mas João não (Mateus 4:1ss, Marcos 1:12,13 e Lucas 4:1ss). Curiosamente, é somente nos sinóticos (assim chamados os três primeiros livros do Novo Testamento) que tal episódio se registra. Outro detalhe: no evangelho de Marcos não há detalhes sobre quais foram as tentações! Dois detalhes: 1) A sequência de Mateus difere da de Lucas! 2) Somente Mateus e Marcos registram o episódio do consolo angelical!

III – A tríplice tentação

Mateus e Lucas registraram as três últimas investidas de Satanás contra Jesus, e elas foram o ápice dessas tentações. Na verdade, Jesus foi tentado em todos os quarenta dias: “quarenta dias foi tentado pelo diabo” (Lc 4.2). E continuou sendo tentado durante todo o tempo de seu ministério (Lc 22.28; Hb 4.15).

1. A primeira das três últimas tentações (v.3b). O objetivo dessa investida diabólica era incitar Jesus a usar seus poderes em benefício próprio. A declaração pública do próprio Deus a respeito de Jesus, “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17), indica que isso era do conhecimento de Satanás. Mas, mesmo assim, ele desafiou Jesus quanto à sua identidade: “Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães”. À semelhança de Eva, esse pecado consistia em satisfazer o apetite físico com algo lhe fora proibido.

2. A segunda tentação (v.5). Aqui, o objetivo de Satanás é induzir o Senhor Jesus a tentar o Pai e persuadi-lo a um ato de vaidade. A “Cidade Santa”, para onde Jesus foi transportado, é Jerusalém (Ne 11.1; Is 52.1). Satanás incita Jesus a jogar-se do pináculo do templo abaixo usando o texto de Salmos 91.11,12. Essa passagem refere-se a alguém que confia em Deus e, por isso mesmo, ao próprio Senhor Jesus. Ter a proteção divina, conforme as promessas desse salmo, é muito diferente de tentar a Deus. A proposta de Satanás era para Jesus testar Deus, algo que as Escrituras proíbem (Êx 17.2-7).

3. A terceira tentação (v.8). Esse último ataque consistia em induzir Jesus a se apoderar do domínio do mundo por meios ilícitos. Como disse um grande comentarista dos Evangelhos: “A concessão era pequena; a oferta, grande”. Teria Satanás o controle do mundo a ponto de oferecê-lo a quem desejasse? Jesus não discutiu sobre essa reivindicação do Diabo. O Novo Testamento mostra que Satanás é “o deus deste século” (2 Co 4.4); “o príncipe das potestades do ar” (Ef 2.2); “os príncipes das trevas deste século, … as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12) e “todo o mundo está no Maligno” (1 Jo 5.19). Mas Satanás não tem nada para ninguém; tudo não passa de mera aparência e engano.

Na primeira ocasião, Jesus estava com fome. Sabemos que a capacidade de raciocínio fica comprometida pela necessidade. Disse o Diabo: “Se és o Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães” (Lucas 4:3). Ele tinha poder para fazer isso, era lógico e razoável. Mas, primeiro, iria obedecer à um estímulo maligno, mesmo que o saciasse de imediato. Segundo, estaria tentando resolver as coisas de forma gananciosa, sem pensar nas consequências. Terceiro, abandonaria a confiança naquele que tudo provê. Jesus replica: “Está escrito: Nem só de pão viverá o homemmas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Lucas 4:4).

Na segunda ocasião, a tentação afeta a experiência sensorial: “Então, o diabo o levou à Cidade Santa, colocou-o sobre o pináculo do templo e lhe disse: Se és filho de Deus, atira-te abaixo, porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; e: Eles te sustentarão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra” (Lucas 4:5-6). Se Jesus confiava em Deus, teste se Ele o ajudará! É a mesma tentação que surgiria na cruz: Confiou em Deus, livre-o agora se o ama (Mateus 27:43). Jesus replica: “Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus” (4:7). A confiança verdadeira se entrega a Deus e confia em sua vontade. Temos significativa participação nas ações de Deus, são nossas ações que traçam nosso destino.

Na terceira ocasião aconteceu o seguinte: “Levou-o ainda o diabo a um monte muito alto, mostrou- lhe todos os reinos do mundo e a glória deles e lhe disse: Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares” (Lucas 4:8-9). Detalhe: Todos aqueles reinos seriam, um dia, do Senhor Jesus. O Diabo queria antecipar, fora da hora, tempo e lugar. Era um atalho que não passava pelo sofrimento. Jesus replica: “Retira-te Satanás, porque está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto” (Lucas 4:10). Era um gesto ínfimo para uma grande vantagem. Mas Jesus percebeu o ardil. Fatalmente, após adorá-lo perderia tudo que lhe estava reservado. Inclusive os reinos do mundo!

4. Respostas de Jesus. O ataque diabólico foi nas áreas mais sensíveis do ser humano: “a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1 Jo 2.16). Mesmo com toda a sua habilidade maligna, foi grande e devastadora a derrota de Satanás (v.11). Ele foi vencido pelo poder da Palavra de Deus: “está escrito, está escrito e está escrito”. Jesus citou três passagens do Pentateuco (Dt 6.13,16; 8.3). Assim, o grande conquistador, o Senhor Jesus Cristo, pode simpatizar com os que são tentados, pois Ele mesmo foi tentado de maneira real. Podemos nos consolar porque temos um Protetor no céu que é capaz de se compadecer de nossas fraquezas (Hb 4.15).

Conclusão

Diante dos fatos aqui expostos, aprendemos a não subestimar a força e os ardis de Satanás e seus demônios, pois ele ousou tentar o próprio Filho de Deus. Adão foi testado e não passou no teste (Gn 3.11,12). Da mesma forma, Israel foi reprovado logo no limiar de sua história como nação (Dt 9.12). Mas Jesus foi aprovado, glória a Deus! (At 2.22).

Jesus não foi tentado uma vez, nem duas, nem três, foram várias oportunidades em que foi colocado à prova, tanto pelo Diabo em pessoa, quanto por instrumentos dele ou por seus demônios. Do nascimento à morte houve uma orquestração para acabar com Jesus, tanto quanto acabar com sua família. Ele, porém, venceu a todas! É verdade que a primeira grande tentação foi no deserto como contam os três evangelhos sinóticos, mas o que dizer do Getsemâne (Mateus 26:39)? Da dissimulação de Pedro (Marcos 8:33)? Do desafio na cruz (Mateus 27:40)?

Não podemos encerrar sem fazer algumas considerações:

  1. Como somos tentados? A Bíblia é clara ao dizer que a candeia do corpo são os olhos, se forem maus, nosso corpo será trevas (Mt 6:22-24). Mas, e os cegos? Não pecam? De maneira que precisamos de uma resposta mais abrangente. Precisamos compreender que nascemos em pecado e por mais que queiramos o contrário nossa natureza nos arrasta para o erro (Rm 7:15);
  2. Somos tentados em sonhos? A psicologia informa que nosso subconsciente é uma represa. Vamos ao longo de um dia ou outra medida de tempo acumulando desejos, alguns dos quais se tornam conscientes em nossos sonhos. Portanto, não é uma ação maligna direta, mas fruto de nossas próprias concupiscências. Obviamente, o Maligno pode se aproveitar de tais ocasiões, por isso é importante buscar as coisas do Céu (Cl 3:1) e estar com a mente saturada das coisas de Deus;
  3. A tentação é só sexo? Não, não e não. A tentação ocorre em todas as áreas da vida nas quais há fraqueza e afastamento de Deus. Classicamente, a Igreja Católica criou uma lista dos sete pecados capitais: Gula, luxúria, avareza, ira, soberba, preguiça, inveja. Mas a lista é imensa. Inclua-se nela as grandes heresias de nosso tempo entre outras coisas;
  4. Como resistir à tentação? Não podemos vencê-la por meditação, por exemplo, ou qualquer outro recurso material. Somente a venceremos entregando o que somos a Cristo e nos subordinando a Ele. Que nos cinge e nos guarda de todo mal com sua armadura eficaz (Ef 6:13). Por outro lado, devemos fugir do mal e até mesmo de sua aparência (I Ts 5:22);
  5. O Diabo é sozinho o agente da tentação? Infelizmente, quando falamos que o Diabo tentou alguém, temos que admitir que ali está a ação de um de seus súditos, os demônios. O Diabo além de não ser onipresente, está ocupado com coisas de grande dimensão. Lembre que até mesmo aquele poderoso endemoniado gadareno não era possuído por ele, mas por uma legião;
  6. Vai haver tentação no Milênio? Este é um assunto controverso e as opiniões divergem. Apocalipse 20 1,2 afirma que o Diabo estará preso no Milênio. Portanto, se ele é o autor do pecado e instiga os homens a pecar, cremos que sua atuação restará comprometida e sua rede de demônios desarticulada. Tanto que não serão presos.

Subsídio em vídeo aqui (desculpem pelo corte, nossa internet caiu, sorry!):

Acesse o comentário das lições anteriores:

Lição 06 – Quem domina a sua mente?

Lição 05 – Um Inimigo que precisa ser resistido

Lição 04 – Possessão Demoníaca e a autoridade do nome de Jesus 

Lição 03 – A natureza dos demônios – Agentes espirituais da maldade

Lição 02 – A natureza dos anjos – A beleza do mundo espiritual

Lição 01 – Batalha espiritual – A realidade não pode ser subestimada

Sobre o autor | Website

Meu nome é Daladier Lima dos Santos, nasci em 27/04/1970. Sou pastor assembleiano da AD Seara/PE. Profissionalmente, trabalho com Tecnologia da Informação, desde 1991. Sou casado com Eúde e tenho duas filhas, Ellen e Nicolly.

Insira seu e-mail aqui e receba as atualizações do blog assim que lançadas!

100% livre de spam.

Para enviar seu comentário, preencha os campos abaixo:

Deixe uma resposta

1 Comentário

  1. Edwilson disse:

    Tem me sido de grande ajuda. Duas cores grande sacada.