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Quatro vantagens de um sermão escrito!

Quatro vantagens de um sermão escrito

Quatro vantagens de um sermão escrito

Os pentecostais podem ser acusados de várias coisas injustamente, não de fraca produção intelectual. Um sermão escrito entre nós é artigo de luxo. Infelizmente, proliferam cursos teológicos, alguns de gosto duvidoso e até ilegais pois não tem legitimidade alguma, os alunos vão a tais cursos, passam pela disciplina Homilética, que, em tese, deveria ensinar a produzir um sermão, mas saem do curso e não a colocam em prática. Já analisamos aqui como este problema é recorrente.

A intenção agora é chamar a atenção para as vantagens de uma sermão escrito. Lembrando que é uma questão de hábito. Primeiro, você faz um rascunho desengonçado,vai melhorando cada vez mais, até fazer um texto digno de nota. Outro detalhe importante é que alguns preferem um sermão apenas relacionando os tópicos e sub-tópicos, já outros preferem inserir texto entre os tópicos. Sermões são ideias, se serão expandidas ou não penso ser mero capricho do produtor. Mas vamos às vantagens do método:

Organizam os assuntos

Nada pior para quem ouve uma mensagem que os sobressaltos nos assuntos. Uma hora é o arrebatamento, noutra a criação, mais adiante a crucificação. Fica complicado para o ouvinte compreender o que o pregador quer realmente dizer ou onde quer chegar. Não é raro em muitos lugares o culto terminar e não se saber sobre o que o pregador falou.

Entre nós, aliás, é muito comum que o pregador ao se perder entre os assuntos comece a sugestionar a platéia, falar em línguas inventadas, pois estranhas e divinas não são, e usar gritos e chavões para desviar a atenção. E ainda há os que nem sabem que se perderam! O problema é que nosso público tem se refinado, os bons textos estão na ordem do dia (que o diga o ENEM!) e, especialmente, os jovens percebem facilmente que o pregador se perdeu em alguma curva do caminho.

O bom sermão é como um menu, não faz o menor sentido oferecer a sobremesa antes do prato principal. No mínimo, causaria espanto aos comensais. Portanto, organize as ideias e caminhe mentalmente por elas. Ordene-as do início ao fim. Não tenha medo de rearrumá-los, eliminar o que não é coerente. Pense como seu ouvinte. Eu soaria inteligível? É a pergunta chave. E nem precisa de palavras rebuscadas e finesse no falar, muitas vezes até piora a situação.

Antecipam problemas

O sermão escrito antecipa vários problemas. Não é apenas a discrepância dos assuntos, como dissemos há pouco. Imprecisões históricas e geográficas, falhas na citação de versículos, problemas com a gramática, dificuldades de pesquisa são alguns dos problemas cuja solução está em escrever o sermão.

De bônus temos a ampliação das ideias, a comparação de textos em traduções diferentes, a prévia articulação da compreensão do texto, o impedimento para repetir sermões, afinal você já sabe sobre o que pregou, análise da coerência do discurso a ser apresentado e inúmeras outras vantagens.

Mas um dos grandes problemas a ser solucionado num sermão escrito é a falta de conteúdo. Via de regra, temos sermões que não exploram um texto, ignoram as informações mais relevantes, prendem-se à repetição de ideias alheias, etc. Um sermão bem escrito visa suprir todas estas lacunas.

Entregam uma história coerente para o ouvinte

Já falamos aqui do storytelling, a contagem de histórias. É um recurso utilizado desde as cavernas. Existem as boas histórias, que contam uma sequência coerente e compreensível para o ouvinte e há as ruins, que não conseguem prender a atenção, não se fazem compreender, cujo resultado da exposição é, por vezes, negativo.

Pregar é contar a história de Cristo, da cruz, da salvação, enfim dos mais variados assuntos bíblicos, da forma mais compreensível e objetiva possível para o ouvinte. Pode-se fazer isto sem nada escrito, desde que o orador tenha habilidade. O que é inadmissível é não prender a atenção do ouvinte porque o modo de contar não é atrativo ou adequado.

O bom orador não é aquele que fala 15 minutos de línguas estranhas numa pregação de 45 minutos, nem o que utiliza muito chavão, ou muitas palavras em grego ou hebraico, mas aquele que entrega uma mensagem que seu ouvinte, de qualquer nível intelectual, consegue compreender. E, por favor, não culpe o ouvinte. É muito raro encontrar quem não queira ouvir uma boa mensagem. Lembre-se que Jesus pregou mensagens compreensíveis até para endemoninhados! Paulo pregou a Cristo do rei Agripa aos soldados que o guardavam!

Criam o saudável hábito da produção intelectual

Iniciamos falando da preguiça de muitos, líderes inclusos, de escrever ou pesquisar. É mais que verdade. A leitura cansa à maioria, mal leem a Bíblia, escrever é um fardo e pesquisar nem me fale. É preciso criar o hábito de escrever, mas não é impossível. Se eu aprendi, você também pode. As pessoas me vêem escrevendo com alguma facilidade e pensam que comecei agora. Isso não é verdade. No início produzia textos curtos e sem sentido, com o passar do tempo fui aprimorando. E ainda preciso melhorar bastante. Mas é preciso dar o primeiro passo.

Já pensou se os jovens de nossas igrejas iniciassem uma saudável competição silenciosa sobre quem prepararia o melhor texto, o sermão com mais coerência, conteúdo, clareza e objetividade? Tudo isto regado a uma boa dose de unção, um ingrediente indispensável ao bom pregador. Então teríamos pregações vibrantes e profundas.

É com vocês!

Leia também: Por que é importante um esboço? e Por que pastores produzem intelectualmente tão pouco?

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